São João Eudes, presbítero | Paulus Editora

Santo do dia

19/08/2024

São João Eudes, presbítero

19-08O século XVII é marcado pelo jansenismo, quietismo, filosofismo; é o século da desconfiança, do esquecimento e do desprezo no que se refere à espiritualidade cristã, mas também é o século de grande renovação da piedade e da devoção realizada por homens como Bérulle, Condren, Olier, Vicente de Paulo, Grignon de Montfort e João Eudes. São João Eudes, nascido em Ri, perto de Argentan, na França, em 1601, é dos mais zelosos reformadores da vida religiosa de seu tempo. Ingressando na Congregação do Oratório, fundada por Bérulle, e ordenado sacerdote, dedicou-se à pregação entre o povo. Dois anos após estourou a epidemia da peste na Normandia e João foi para lá prestar assistência aos doentes. Não temia o contágio: “Da minha pele até a peste tem medo”, dizia sorrindo.

Quando o mal parecia debelado, João contraiu-o, mas superou a crise. Restabelecendo-se, retomou suas missões entre o povo. Era pregador eficaz e seguido. Alguém contou as missões feitas por ele em todos os recantos da França: foram cento e dez. João Eudes, em 1643, fundou a Congregação de Jesus e Maria (padres eudianos), formada por padres vinculados somente com o voto de obediência. O fim principal da nova congregação era a preparação espiritual dos candidatos ao sacerdócio e a pregação das missões ao povo. Ao lado desta, surgiu a congregação feminina chamada Refúgio de Nossa Senhora da Caridade, da qual no século XIX derivou a Congregação do Bom Pastor.

Nutrido pela espiritualidade de Bérulle, o douto e santo missionário da Normandia deu especial relevo ao amor afetivo na devoção cristã. São Pio X definiu João Eudes pai, doutor e apóstolo da dulcíssima devoção aos sacratíssimos corações de Jesus e de Maria, fontes daquele amor quente que devia derreter o gélido invólucro do temor reverencial propugnado pelo jansenismo. Morto em Caen a 19 de agosto de 1680, com a idade de setenta e nove anos, João Eudes foi canonizado em 1925. A influência deste santo foi grande não só em seu país (renovou a velha Normandia, pobre de vida cristã), mas em todo o mundo cristão.

Extraído do livro:
Um santo para cada dia, de Mario Sgarbossa e Luigi Giovannini.