São Ciríaco, bispo e mártir | Paulus Editora

Santo do dia

04/05/2024

São Ciríaco, bispo e mártir

04-05Quem foi realmente são Ciríaco, que a cidade de Ancona festeja hoje como seu padroeiro? Foi bispo da cidade adriática ou de Jerusalém, ou ainda de ambas, em tempos sucessivos? Segundo texto apócrifo, já conhecido por são Gregório de Tours, um judeu de nome Judas teria assistido aos trabalhos para encontrar a cruz de Cristo na cidade santa, promovidos pelo bispo de Jerusalém e por Helena, a piedosa mãe do imperador Constantino.

Trocado o nome de Judas pelo de Ciríaco (nome de origem grega, que quer dizer “Patrício”, muito usado em todo o mundo romano), após ter percorrido as estradas da Palestina, foi eleito bispo da cidade santa, e aí teria sido martirizado, junto com a mãe de nome Ana, durante a perseguição de Juliano Apóstata. Mas a tradição da cidade de Ancona, sufragada por ilustres testemunhos de culto e antiquíssimos monumentos, e colhida pelo próprio Martirológio Romano, concorda com o texto apócrifo citado apenas na primeira parte.

Logo que se converteu, provavelmente para fugir à hostilidade dos velhos correligionários, Judas, que tomou o nome de Ciríaco por ocasião do batismo, teria abandonado a Palestina para se estabelecer na Itália, fixando-se finalmente em Ancona. Aqui foi eleito bispo numa época de extraordinário progresso do cristianismo, recentemente saído da clandestinidade com o edito de Milão. Após longo período de vida episcopal, Ciríaco, carregado de merecimentos, quis cumprir a última peregrinação à Terra Santa, para rever a pátria de Jesus e da sua juventude.

Aqui encontraria a espada do último perseguidor romano, Juliano, o Apóstata. O santo velho colheu a palma do martírio. Mais tarde as relíquias do bispo teriam chegado, por sorte, a Ancona, fechadas numa caixa e empurradas pelas ondas do mar até o porto. Para lembrar essa lenda, no dia 4 de maio na catedral de Ancona são distribuídos maços de junco benzidos. Entre os testemunhos do antigo culto a são Ciríaco em Ancona há uma reprodução da imagem do santo na casa da moeda de Ancona e nos monumentos. A própria catedral, já dedicada a são Lourenço, no século XIV assumiu definitivamente o nome do santo padroeiro. A estupenda igreja, que domina a cidade adriática do alto das colinas do Guasco, salta logo à vista de quem chega a Ancona por terra ou por mar, e lembra o nome do santo bispo, ancorado também na cidade adriática, primeiro como exilado e depois como pastor.

Extraído do livro:
Um santo para cada dia, de Mario Sgarbossa e Luigi Giovannini.