JESUS, PASTOR DA HUMANIDADE
Às vezes, pensamos que a missão de pastor é reservada apenas aos bispos e padres. Como discípulos e discípulas de Jesus, por nosso batismo, somos chamados ao cuidado uns dos outros, de várias formas. É a missão do pastor, que aprendemos de Cristo. São Marcos nos mostra os apóstolos voltando da missão que Jesus lhes havia confiado. Eles lhe relatam tudo o que fizeram e ensinaram. Jesus então os convida a se afastarem para descansar “em um lugar deserto”. Todo apostolado deve ser alimentado pela meditação e pela contemplação. É no silêncio e na oração que Jesus descansa.
Entretanto, nem tudo corre como o planejado: em vez do silêncio no deserto, há uma multidão imensa que procura ver Jesus, tocá-lo e ouvi-lo. Muitos escolheram seguir João Batista; porém, depois que o profeta foi morto pelo rei Herodes, eles se voltam para Jesus. Diante dessa multidão, o Mestre é tomado de compaixão. Não suporta vê-los vagando em todas as direções como ovelhas sem pastor, pois ele mesmo disse, em outro momento, que “veio buscar e salvar o que estava perdido” (Lc 19,10). Então, assume o controle e começa a ensiná-los.
Esse texto também nos faz pensar nas multidões de hoje. Vivemos em um mundo ferido por guerras, carências, violência, desespero. Nas grandes cidades, uma correria sem fim. Em todos os lugares, os jovens caminham confusos e são vítimas de todas as tentações. Outras multidões correm atrás apenas de conforto, poder e riqueza material. A maior pobreza de que Jesus se compadece é a ignorância, é o erro em que estão imersas as multidões. Para responder a essa necessidade essencial, Jesus ensina. O primeiro serviço que ele presta às multidões desorientadas é redirecioná-las para os valores do seu Evangelho.
Jesus lhes ensina o significado profundo da vida. Nós o aprendemos com sua Palavra. Esse dom maravilhoso que recebemos do Senhor, não o podemos guardar para nós. É-nos ofertado para ser comunicado a todos os que nos rodeiam. Sabemos que essa missão ultrapassa nossas possibilidades humanas. No entanto, se o Senhor nos chama, é para renovar nossas forças. Envia-nos às multidões do nosso tempo, especialmente aos pequeninos, aos que têm fome de justiça e de paz. Neste dia, roguemos a Cristo que firme em nós um espírito de ternura e compaixão para com as ovelhas sem pastor de nossos dias.
Christian Dino Batsi, ssp
O objetivo deste periódico é celebrar a presença de Deus na caminhada do povo e servir às comunidades eclesiais na preparação e realização da Liturgia da Palavra. Ele contém as leituras litúrgicas de cada domingo, proposta de reflexão, cantos do Hinário litúrgico da CNBB e um artigo que trata da liturgia do dia ou de algum acontecimento eclesial.
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