02 de março – 8º Domingo Comum | Paulus Editora

O Domingo – Palavra
02 de março – 8º Domingo Comum

A EXPERIÊNCIA DA BONDADE DE DEUS

Era uma vez uma pessoa que repetia com frequência: “Deus é bom!” Todas as vezes que se referia a Deus, se tivesse de chapéu, erguia-o levemente e apontava-o para o alto. Ao passar em frente a uma igreja, benzia-se discretamente. Perguntado se faria determinada coisa ou se iria a algum lugar, dizia sempre: “Se Deus quiser”. Para aquela pessoa, o nome de Deus não podia ser dito sem haver antes uma reverência. Não por um ritualismo vazio, mas pela consciência de criatura devotada ao Criador. E isso não se revelava apenas em suas palavras. As atitudes falavam dessa reverência ao divino.

Tinha a consciência da absoluta dependência nas mãos de Deus. Não uma dependência passiva. Sabia-se livre. Daí a firme confiança na graça divina.

Viveu experiências de muito sofrimento: passou fome, trabalhou muito e ganhou pouco, adoeceu e não recebeu atendimento médico. Mas nunca perdeu a fé. Nem culpou a Deus pela situação. Sabia que, na engrenagem de um sistema social injusto, alguém sai em vantagem, explorando os mais fracos. Porém jamais se entregou: não serviu a dois senhores. O grande e poderoso em sua vida sempre foi Deus. Nunca se rendeu à promessa enganosa, tampouco vendeu sua consciência em troca de dinheiro sujo.

Sabia que a família, apesar de viver numa situação difícil, de total incerteza em relação ao futuro, podia contar com a bondade e a providência de Deus. Por isso se esforçava para que todos tivessem o mínimo de pensamento crítico diante da realidade. “Nem tudo que está no jornal é verdade, gente”, lembrava, com olhos bem abertos, aos que citavam fontes de jornal como verdade absoluta. Em casa, com naturalidade, motivava um clima de harmonia e ensinava com a vida que “Deus é bom”, tão bom que ama seu povo ainda mais do que uma mãe ama o filho.

Derivada da certeza desse amor, sua fidelidade a Deus se manifestava na forma delicada como abençoava as crianças. No respeito e consideração aos idosos. Na atenção desinteressada aos jovens, com quem gostava de gastar tempo, contando e ouvindo histórias. Quantas vezes visitou e ajudou, com palavras e atitudes, parentes, vizinhos e até desconhecidos necessitados.

No fim da vida, já muito doente e sofrido, jamais perdeu o bom humor, tampouco deu sinal de revolta. Hoje é lembrado com saudade, e todos dizem: “Era uma pessoa boa”. A bondade nunca será esquecida.

Pe. Antonio Iraildo Alves de Brito, ssp


O Domingo – Palavra

O objetivo deste periódico é celebrar a presença de Deus na caminhada do povo e servir às comunidades eclesiais na preparação e realização da Liturgia da Palavra. Ele contém as leituras litúrgicas de cada domingo, proposta de reflexão, cantos do Hinário litúrgico da CNBB e um artigo que trata da liturgia do dia ou de algum acontecimento eclesial.

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