Livros Históricos – 5. Crônicas | Paulus Editora

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18/05/2017

Livros Históricos – 5. Crônicas

Por Nilo Luza

Temos mais uma dupla de livros com o mesmo nome: 1 Crônicas e 2 Crônicas. A Bíblia Grega e a Vulgata chamam esses dois livros de Paralipômenos, isto é, livros que relatam as “coisas omitidas”, que acrescentam algo a mais. Os livros das Crônicas são obra do judaísmo pós-exílico, quando o povo vivia sob a direção de seus sacerdotes, segundo as normas das leis religiosas. O templo e as cerimônias eram, portanto, o centro da vida desse povo.

Os livros das Crônicas, a princípio um só, são pouco conhecidos e pouco utilizados na liturgia e em outros momentos. São formados por listas maçantes e longas de genealogias e por coleções de sermões. Por isso, não são muito atraentes, mas fazem parte de nossa Bíblia.

Juntamente com Esdras e Neemias, os dois livros das Crônicas formam um conjunto histórico coerente. São como que uma recapitulação de toda a história do povo de Deus, na visão dos sacerdotes e levitas que atuavam no templo de Jerusalém, durante a época persa.

O autor das Crônicas pertence ao grupo dos levitas de Jerusalém. Escreve depois da época de Esdras e Neemias, pois ele combina a seu modo as fontes que se referem a eles. Mais tarde recebeu alguns acréscimos. O clero desempenha papel importante na obra: não apenas os sacerdotes e os levitas, mas também as classes inferiores do clero, tais como, os porteiros e os cantores.

Podemos resumir os livros das Crônicas nos grandes blocos: 1) 1 Crônicas 1-9: temos diversas listas genealógicas que se detêm mais na tribo de Judá e na descendência de Davi, nos levitas e nos habitantes de Jerusalém. 2) 1 Crônicas 10-29: aqui é apresentada a história de Davi. Não se mencionam, porém, as divergências com Saul, nem o pecado com Betsabeia, os dramas de família e as revoltas. Dá destaque à transladação da arca, à organização do culto em Jerusalém e aos preparativos para a construção do templo. 3) 2 Crônicas 1-9: reinado de Salomão e sua obra máxima, a construção do templo. A atenção do autor volta-se principalmente ao reino de Judá e à dinastia de Davi. 4) 2 Crônicas 10-36: crises que dividiu o povo no final de Salomão, as principais reformas da monarquia e as reformas de Ezequias e Josias.

Por esse esquema, podemos perceber que os livros das Crônicas retomam e releem a História Deuteronomista, de modo especial Samuel e Reis. Percebe-se também que o cronista idealiza Davi e Salomão, eles são apresentados como monarcas exemplares, não levando muito em conta suas fraquezas. O reino do norte é praticamente ignorado pelo cronista. Apesar de tudo, o autor procura animar o povo oprimido, nem tudo está perdido, continua sendo povo de Deus.

2 comentários

14/6/2017

Frei João Carlos Ribeiro, osm

Olá Nilo, Sou Frei João Carlos Ribeiro, dos Frades Servos de Maria. Missionário em Moçambique, Matola. Gostei do Resumo sobre a Bíblia e e dos Livros Históricos. Estou a utilizar na formação Bíblica dos Aspirantes e Postulantes. Obrigado pelos textos. Encontrei no site da Paulus.

18/9/2017

ana valeska

Boa tarde! Estou realizando um trabalho e estou com dificuldades de encontra os aspectos economia e financeiros de cronicas I e II. Vc poderia me ajudar ?