Livros Históricos – 4. Reis | Paulus Editora

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05/04/2017

Livros Históricos – 4. Reis

Por Nilo Luza

A exemplo de 1 e 2 Samuel, 1 e 2 Reis também formavam, no começo, um livro só e foi dividido  em dois na tradução da Bíblia para o grego (Septuaginta). Provavelmente os livros dos Reis começaram a se formar no tempo dos reis Ezequias e Josias, quando Judá se torna Estado desenvolvido. Eles abrangem os acontecimentos de Israel desde o declínio de Davi até Sedecias, último rei de Judá. São mais ou menos 400 anos de história, que vai por volta de 970 até 560 AC. A redação final foi feita durante o cativeiro na Babilônia.

Os livros procuram fazer uma reflexão crítica sobre a história do povo de Israel e dos reis que o governaram, tanto os do Norte (Israel) como os do Sul (Judá), dando aspectos mais positivos para os do Sul e mais negativos para os do Norte. Davi é o protótipo para os reis de Judá, tido como justo e temente a Deus; enquanto Jeroboão I, primeiro rei de Israel, é o protótipo de rei pecador, porque oficializou os santuários de Betel e Dã, concorrentes do templo de Jerusalém.

O templo e o profetismo exercem papel importante nessa história do povo. O templo é o lugar da reunião de todo o povo para o encontro com Deus. Os profetas mantêm viva a consciência do povo, cobram fidelidade à aliança e são críticos do poder. 1 e 2 Reis contêm numerosas narrativas proféticas, principalmente sobre Elias e Eliseu. Por meio dos profetas, Deus confrontou continuamente o povo errante para chamá-lo de volta à fidelidade à aliança.

Podemos dividir os livros dos Reis em três partes:

1) Reinado de Salomão (1Rs 1-11): Com o envelhecimento de Davi, começam as intrigas por meio das quais Salomão conquista o trono de seu pai (Davi). A grandeza do seu reinado é apresentada sob três aspectos: a sabedoria que Deus lhe concedeu, a organização do seu reino e o reconhecimento de seu valor por outras nações. As construções do templo de Jerusalém e do palácio real são obras que engrandecem seu reinado.

2) Divisão dos reinos: Israel e Judá (1Rs 12-2Rs 17): Com a morte de Salomão, surgem as brigas pela sucessão. As tribos do norte rebelam-se e provocam a ruptura entre norte (Israel) e sul (Judá). Com a separação política acontece também a separação religiosa: cultos em Dã e Betel (norte) e Jerusalém (sul). Aqui entra a presença marcante dos profetas Elias e Eliseu. Esta parte vai até a queda da Samaria (722 AC), pondo fim do reino do norte pelos assírios.

3) História de Judá até o exílio (2Rs 18-25): Com a queda da Samaria, houve grande migração para o sul, favorecendo seu desenvolvimento econômico. Depois de sobreviver por quase um século e meio da queda da Samaria, Judá também chega ao fim com a invasão de Nabucodonosor, tomando Jerusalém e deportando a camada dominante judaíta para a Babilônia.

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