Livros Históricos – 2. Juízes | Paulus Editora

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10/02/2017

Livros Históricos – 2. Juízes

Por Nilo Luza

O livro dos Juízes continua o relato de Josué, narra a história de Israel da morte de Josué até a ascensão de Saul. O nome “juízes” deriva das personagens de que trata o livro. São histórias sobre vários heróis (juízes) do passado de Israel. Em momentos de crises ou ameaças externas, Javé suscita do meio das tribos homens e mulheres que intervenham para solucionar o problema. Os livros de Josué e Juízes são as principais fontes históricas de Israel no período entre 1200-1050 AC.

Dinâmica do livro funciona mais ou menos do seguinte esquema: os filhos de Israel fazem o que é mau aos olhos do Senhor e prestam culto a Baal, rompendo a aliança com o Deus do êxodo. Com isso vem o castigo de Deus, que os entrega nas mãos dos inimigos. Diante disso, o povo se arrepende e clama a Deus, este se comove e suscita um salvador para libertá-lo.  Depois de um período de paz, tudo recomeça com a infidelidade a Javé.

Normalmente os juízes são classificados em maiores e menores. Os juízes maiores são apresentados como heróis tribais, que lideravam movimentos de libertação. São eles: Otoniel (3,7-11), Eúde (3,12-30), Débora (4-5), Gedeão (6-8), Jefté (10,6-12,7) e Sansão (13-16). Os juízes menores são os que pouco se fala deles, é dito apenas que exerceram sua função durante um período. Os menores são: Sangar (3,31), Tola (10,1-2), Jair (10,3-5), Abesã (12,8-10), Elon (12,11-12) e Abdon (12,13-15). São seis maiores e seis menores, totalizando doze, número bíblico muito significativo.

Podemos dividir o livro em três partes: Primeira parte (1,1-3,6): formada por duas introduções. A primeira (1,1-2,5) apresenta um resumo da instalação das tribos em Canaã e a segunda (2,6-3,6) faz como que uma ligação com o livro de Josué. Segunda parte (3,7-16,31): história dos juízes. É a mais longa e trata da vida e da luta dos heróis para libertar as tribos dos conflitos internos e das ameaças externas. Terceira parte (17-21): formada por duas conclusões. São acréscimos tardios, talvez após o exílio, que tratam de assuntos diversos: o primeiro (17-18) traz a história da migração da tribo de Dã para o norte e da fundação do santuário de Dã; o segundo (19-21) narra um crime contra uma mulher, cometido por benjaminitas, isso provoca uma guerra contra a tribo de Benjamim.

Os juízes são vistos como instrumentos nas mãos de Deus. São os salvadores desta ou daquela tribo, representam a vontade divina e executam o plano divino. Deus se serve de homens e mulheres para derrotar os inimigos do povo e concretizar seus projetos. Dentre os juízes se destaca a juíza Débora, mulher, juíza e profetisa. Ela aparece nos capítulos 4 e 5, onde temos belo exemplo de como as tribos se organizavam para se defender. O cântico de Débora (5) é um dos mais antigos escritos da Bíblia.

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