Igreja, sociedade e família: leituras da CF 2015 | Paulus Editora

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Família

18/03/2015

Igreja, sociedade e família: leituras da CF 2015

Por Suzana Coutinho

A Campanha da Fraternidade deste ano traz como tema

“Fraternidade: Igreja e sociedade” e o lema “Eu vim para servir (cf. Mc 10, 45)”.

Tem como objetivo, aprofundar, à luz do Evangelho, o diálogo e a colaboração entre a Igreja e a sociedade, como serviço ao povo brasileiro, para edificar o Reino de Deus. A família, como integrante desta sociedade e como sonho e projeto de Deus, assim entendida pela Igreja, é chamada a também refletir, celebrar e contribuir, de forma concreta, com este objetivo.

A sociedade brasileira, segundo o texto-base, está, já há algumas décadas, vivenciando um processo de mudanças profundas que marcam uma mudança de época, o que faz gerar crises e angústias entre as pessoas, instituições e outras tantas dimensões da sociedade. Neste sentido, a família também passa e sofre essas mudanças e essas crises. A rápida urbanização, por exemplo, caracterizada pela falta de planejamento, trouxe grandes problemas que afligem as famílias, como a violência, o aumento do uso das drogas, precariedades sanitárias, de mobilidade e estruturais (enchentes, moradias indignas…). Alia-se a esse desafio, a economia, em momento de desaceleração.

Nesta nova realidade, a Igreja conclama os fiéis católicos a vencerem a cultura do descartável, tão presente nesta sociedade. Enfoca, neste sentido, a vivência profunda do significado da sexualidade humana. Citando são João Paulo II, reflete que este sentido profundo se coloca no sentido da doação pessoal total que pede o amor conjugal.

A Igreja destaca a necessidade do diálogo e do serviço, numa sociedade plural e em crise, onde muitos ainda se encontram em situação de vulnerabilidade e, como Jesus, sejamos regidos pela lógica do serviço.

A família cristã exerce esse serviço, especialmente, na sua missão de educar, formando as novas gerações também com este espírito. “A família é a primeira escola de valores sociais de que as sociedades têm necessidade” (n. 184). E, portanto, é preciso salvaguardar esse direito, não delegando, totalmente a outros, essa missão.

Uma educação de valores que busque capacitar a pessoa para resistir ao ímpeto da manipulação e da dominação. Educação que se faz pelo exemplo: no serviço aos que sofrem, na construção de uma cidadania plena e participativa, no exercício do amor, visto que “sem o amor, a família não pode viver, crescer e aperfeiçoar-se como comunidade de pessoas” (cf. n. 182).

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