Etapas da história de Israel | Paulus Editora

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05/03/2014

Etapas da história de Israel

Por Nilo Luza

3. Fim do regime tribal

Como vimos, os juízes eram encarregados de manter a ordem interna e externa. Convocavam, quando necessário, um exército provisório e popular para proteger as tribos dos inimigos externos.

O período tribal durou em torno de 200 anos, mais ou menos de 1200 AC até por volta do ano 1010 AC. São diversas as causas de sua decadência. As dificuldades internas e externas cresciam sempre mais. Surgiu assim a necessidade de ter uma organização maior e mais estável para resolver os problemas. O sistema tribal caminhou para a organização de um governo mais forte e centralizado.

Havia os prós e os contra o sistema tribal e o sistema a ser instalado: a monarquia. Percebemos muito bem isso, a partir principalmente do primeiro livro de Samuel.

Diversas são as causas da mudança de sistema organizacional. Começavam a existir desigualdades econômicas e sociais entre as tribos: umas enriqueciam e outras empobreciam. Isso ajudou para aumentar os conflitos entre elas. As tribos que enriqueceram foram aquelas que mais apoiavam a monarquia.

O “grupo do boi” era o mais interessado num sistema de defesa mais organizado e permanente. Esse grupo tinha condições financeiras para manter o exército fixo e pago. O próprio Saul, primeiro rei de Israel, vinha de uma família abastada e fazia parte desse grupo.

Das causas externas da mudança do sistema tribal para a monarquia, talvez a principal tenha sido a ameaça dos filisteus. Suas ameaças se tornavam cada vez mais perigosas. Militarmente eram muito mais preparados para enfrentar o adversário.

Os filhos de Samuel, último juiz, também se demonstraram incapazes de dar continuidade ao sistema tribal. Agiram de forma incoerente e eram movidos pela cobiça, assim não restou outra alternativa senão ungir um rei para Israel, “como as outras nações”.

O rei era visto como espécie de mediador da ordem, da justiça e da vontade de Deus. Ele se encontrava acima do povo e afirmava ser “filho de Deus”. Era um representante de Deus; portanto, tinha que ser obedecido às cegas.

Saul, do “grupo do boi”, foi escolhido o primeiro rei do novo sistema nascente: a monarquia. Durante seu mandato, não houve propriamente uma união de todas as tribos, acolhendo-o como rei. Provavelmente não foram todas as tribos que o proclamaram rei. Eleito rei, Saul formou um pequeno exército permanente que tinha a função de defender as tribos das ameaças externas.

Portanto, durante o reinado de Saul, não houve uma monarquia sólida, unindo todas as tribos. Ele foi mais um defensor dos interesses das tribos mais prósperas. Exerceu a tarefa de transição da vida tribal à monarquia, pois esta foi se estabelecendo aos poucos.

Por ter sido um rei inexperiente e incapaz, seu reinado foi enfraquecendo e perdendo apoio até das tribos que o apoiaram. Não conseguiu resolver os problemas externos com os amonitas e filisteus. Internamente não teve sucesso principalmente com as tribos do sul, teve problemas com Samuel e com o jovem Davi.

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