Etapas da História de Israel | Paulus Editora

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05/02/2014

Etapas da História de Israel

Por Nilo Luza

2. Formação das tribos

Depois de ter visto os principais e possíveis grupos formadores do povo de Israel, vamos ver sua organização. Como esses grupos se articularam para se organizarem em tribos. A primeira menção escrita, não bíblica, da existência de Israel se encontra na Estela de Merneptá por volta de 1.200 AC. Nessa época, portanto, já temos um povo conhecido com o nome de Israel. Essa também é a data-limite para as origens de Israel como povo sedentário nas terras de Canaã.

Os grupos do artigo anterior tinham algo em comum: eram grupos excluídos (hebreus), se opunham às cidades-estado (que os escravizavam), fizeram seu êxodo, isto é, fugiram da dominação em que se encontravam; portanto, procuram se livrar da opressão, buscando uma vida mais livre e melhor.

Aos poucos, esses grupos foram se organizando em doze tribos, bastante comum entre os povos da época. Isso facilitava a distribuição de tarefas comunitárias. Canaã foi partilhada em doze partes, cada uma recebendo o nome de um dos filhos de Jacó. Como conclusão dessa partilha, temos a importante assembleia de Siquém, na qual todas as lideranças do povo professaram sua fé em Javé (Josué 24).

Os levitas não receberam um lote de terra, porque eram encarregados do culto e responsáveis por manter vivas as tradições. O levita era o homem do sagrado, fazia o serviço de rezador e vivia dessa função. Assim para conservar o número doze, a família de José foi dividida em duas tribos, recebendo os nomes dos dois filhos de José (Efraim e Manassés).

A organização em doze tribos, como conhecemos hoje, surge mais tarde e simbolizava a totalidade do povo de Israel. A implantação do sistema tribal é uma proposta de criar nova ordem social, firmada em nome de uma identidade religiosa comum: compromisso com Javé. O sistema tribal permite perceber que o povo de Israel comungava ideais sólidos de comunidade e coletividade. Mostra também que o povo da Bíblia buscava uma unidade bem antes do nascimento da monarquia.

Cada tribo era formada por vários clãs e estes, por sua vez, por várias famílias. Diferentes das cidades-estado, os clãs e as tribos implantaram uma sociedade alternativa, solidária. Nela não havia impostos nem trabalho escravo; não possuía rei nem exército profissional. Havia o juiz que tinha a missão de manter a unidade das tribos. Era como que espécie de curinga, quando surgia algum conflito interno ou externo, entrava em ação.

Os juízes eram chefes de guerra, mas atuavam também como juízes em tempo de paz. Eles faziam a “justiça de Javé”. Os mais famosos juízes foram Sansão, Débora e Gedeão.

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