“Escolhe, portanto, a vida...” (Dt 30, 20) | Paulus Editora

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15/10/2015

“Escolhe, portanto, a vida…” (Dt 30, 20)

Por Suzana Coutinho

Recentemente, um instituto de pesquisa divulgou o resultado de um trabalho que fez, sobre a frase (na verdade, um conceito) “bandido bom é bandido morto”, questionando os entrevistados se concordavam ou não. No resultado final, metade do público entrevistado respondeu que concordava. O maior índice de “concordo” está na faixa etária dos que possuem mais de 60 anos, enquanto a faixa dos que menos concordam está entre os de 16 a 24 anos. Para nós, famílias cristãs e católicas, o que essa pesquisa pode revelar?

Para uma sociedade que falha nos processos de educação e cuidado com as pessoas, que as remetem à violência que, para muitos, é a única saída de “viver”, cobrar das pessoas que ajam eticamente parece ser contraditório.

Em outra pesquisa, de 2013, o Brasil ficou, no ranking dos países mais violentos do mundo, em 18º lugar. Nesse caso, os dados são os oficiais sobre homicídios. Mas, estes são uma parte da violência. Quando se chega ao homicídio, quantas outras violências são praticadas?

Escolher a vida pode parecer fácil, mas não é, porque fazer esta escolher é tomar a opção que Jesus fez, portanto, a opção de Deus, de viver a misericórdia e não o sacrifício. Numa cultura como a nossa, impregnada de competição e de desejos de vingança (que alguns querem chamar de “justiça”), não há espaço para a vida, que pede acolhida, cuidado, zelo e orientação para que possa crescer, frutificar-se e tornar-se semente para outras vidas. No livro do Deuteronômio, Deus apresenta ao povo dois caminhos: o da vida ou o da morte; a bênção ou a maldição.

A escolha depende de seu povo. Junto com a opção, Deus faz um alerta educativo: “Escolha, portanto, a vida, para que você e seus descendentes possam viver”.

Lendo este trecho sob a luz de João 10, 10, a proposta de Deus se concretiza em Jesus que veio para que todos tenham vida e a tenham em abundância. Sem vida, só há um caminho possível: a morte. Talvez nossa sociedade esteja perdendo (ou ainda não conseguiu estabelecer) os caminhos da vida. Nossas famílias são canteiros onde podemos plantar o que quisermos e deixar crescer somente o que permitirmos. Com nossas palavras, ações e gestos, estamos semeando possibilidades de vida ou de morte? De bênção ou de maldição?

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