Em maio, os olhos se voltam para as mães | Paulus Editora

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Família

20/05/2015

Em maio, os olhos se voltam para as mães

Por Suzana Coutinho

Parece um título poético, não? Esperava que fosse provocativo. Mês de maio, com o segundo domingo dedicado a elas, é considerado o mês das mães. O dia é a segunda data de maior venda do comércio, perdendo apenas para o natal. É claro que filhos amorosos desejam demonstrar seu afeto às suas mães, e os presentes são uma maneira para isso.

Mas, e o resto do ano? Qual o papel da mulher na família? Que posições ela ocupa e como as relações de afeto são construídas nas várias fases da vida?

Ouvindo um economista num programa de televisão, pensei na curiosidade da proposta: ao invés de comprar presentes caros – escolha geralmente dos filhos e maridos em “dívida” com o afeto e a presença – porque não apostar em ações até muito mais simples, mas, de fato, significativas, como poemas, músicas e sorrisos? Poderíamos ampliar ainda mais a proposta: oferecer às mães o carinho, a companhia, a presença, a partilha de responsabilidades com os cuidados da casa, por exemplo. Oferecer aquele “tempo” necessário para ela e com ela todos os dias, sempre e mais que possível.

Bonito ler o texto do Documento de Aparecida, reconhecendo como as mães hoje também são profissionais, agentes de transformação social e participantes ativas da Igreja: “É urgente valorizar a maternidade como missão excelente das mulheres. Isso não se opõe a seu desenvolvimento profissional e ao exercício de todas as suas dimensões […]” (DAp n. 456). Precisa contar, para isso, com o reconhecimento dos demais membros da família e com sua colaboração, não lhe negando a sua realização integral como pessoa humana.

No entanto, muitas delas, sobrecarregadas com as tarefas familiares, não conseguem participar da vida comunitária, continuar seus estudos ou aprofundá-los, ou ainda integrar-se em projetos sociais relevantes.

Muitos maridos e filhos tornam-se opositores e não companheiros das mulheres ao não possibilitarem, ou até dificultarem, que elas possam buscar sua integral realização.

Se “ser mãe é padecer no paraíso”, é preciso que filhos e maridos possam se “compadecer”, como Simão Cireneu, ajudando-as na difícil tarefa de cuidar da vida que, afinal de contas, deveria ser compromisso de todos e todas. Maria, a Mãe de Deus, se solidariza com outra mãe, Isabel, e sai ao seu encontro para ajudar. Se nos consideramos filhos de Maria, vamos aprender com ela.

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