No próximo dia 6 de outubro, eleitores de mais de 5 mil municípios têm um compromisso com a democracia e, por meio do voto, escolherão os prefeitos e vereadores que terão a missão de administrar as cidades brasileiras pelos próximos quatro anos.
Ao resgatarmos o sentido da palavra política, que quer dizer: “arte ou ciência de governar”, devemos avaliar não apenas as propostas, mas também, a capacidade técnica e emocional dos candidatos.
Votar no “menos pior” tem sido a única escolha possível para muitos eleitores. As opções são cada vez mais escassas, as propostas, por vezes, mirabolantes.
Deter esse sentimento de desesperança é a proposta do livro: “Quem precisa de política?”, que traz a história de Helena, garota que julgava política como algo chato, inútil, mas que muda de opinião quando começa a trabalhar na direção do jornal da escola e percebe que muitas atitudes do seu dia a dia são políticas, como debater uma ideia em sala de aula ou participar de campanhas sociais.
Ao entender que a vida se dá pela política, fica a pergunta: afinal, existe uma saída?
Como Igreja, acreditamos na liberdade, na opção pelos pobres e no bem comum e, por isto, essas características devem ajudar a discernir sobre quem nos representará.
Durante a 50ª Semana Social dos Católicos, realizada na Itália, em julho deste ano, o Papa Francisco alertou para que “não sejamos enganados por soluções fáceis. Em vez disso, sejamos apaixonados pelo bem comum”.
“Isso é amor político, é uma forma de caridade que permite à política estar à altura das suas responsabilidades e sair das polarizações, estas polarizações que empobrecem e não ajudam a compreender e a enfrentar os desafios”, exortou o Pontífice.
Neste sentido é preciso que exista da nossa parte um compromisso de escolher, acompanhar e cobrar dos eleitos uma política condizente com o bem comum.
Este trabalho se dá neste momento, ainda antes das eleições, ao analisar se os candidatos estão comprometidos com defesa da vida; ao pesquisar sobre a sua trajetória política e envolvimento em casos de corrupção; ao avaliar se o seu discurso tem um tom conciliador e se ele se mostra preocupado com os mais pobres e vulneráveis.
Esses questionamentos devem nos acompanhar cotidianamente. Que por meio deles, em cada município brasileiro seja escolhido quem, de fato, se compromete com a vida plena de todos os brasileiros.
Boa eleição!