Ecos do Sínodo: a Palavra ilumina a vida | Paulus Editora

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Família

12/01/2015

Ecos do Sínodo: a Palavra ilumina a vida

Por Suzana Coutinho

No texto final do Sínodo dos Bispos sobre a Família, após elencar características da realidade atual, com suas sombras e luzes, os bispos apresentam o “olhar sobre Jesus e a pedagogia divina na história da salvação”. Trata-se de um olhar bíblico-teológico sobre a família, buscando responder qual é a vontade do Pai para a realidade humana.

O ponto de partida (e de chegada) é Jesus Cristo, fonte e meta de toda a criação. É ele quem comunica e é ele a grande mensagem de amor do Pai para toda a humanidade.

A família é para Jesus, desejo de Deus. Afirmam os bispos: “Jesus assumiu uma família, deu início aos prodígios na festa nupcial em Caná e anunciou a mensagem relativa ao significado do matrimônio como plenitude da revelação que resgata o desígnio originário de Deus (cf. Mt 19, 3).”

Jesus age com misericórdia. Para as “mulheres pecadoras”, acolhida, perdão e conversão. É o pecado que quebra a aliança da primeira família com Deus e, por isso, Moisés permite a carta de divórcio (“por causa da dureza de vosso coração”, Mt, 19,8). Jesus, no entanto, afirma que é Deus quem une o homem e a mulher, não como um jugo, mas como um “dom”, que assim deveria ser vivido.

Jesus vem para trazer vida plena, restaurando toda a criação e, inclusive, o projeto de Deus para a família.

O Magistério da Igreja prossegue a missão de Jesus. A Constituição pastoral Gaudium et Spes, “dedica um capítulo inteiro à promoção da dignidade do matrimônio e da família”. A Encíclica Humanae Vitae (Paulo VI), evidenciou o vínculo íntimo entre amor conjugal e geração da vida, e a Exortação Apostólica Familiaris Consortio, (João Paulo II) define a família como “caminho da Igreja”. A encíclica Deus Caritas Est (Bento XVI) afirma que o amor entre homem e mulher só se ilumina plenamente à luz do amor de Cristo crucificado e a Lumen Fidei (Francisco) reflete sobre o amor, ao qual vale a pena entregar-se, “porque o seu fundamento se encontra na fidelidade de Deus, que é mais forte do que toda a nossa fragilidade”.

Assim, os bispos salientam a indissolubilidade do matrimônio e a alegria da vida em comum e, ao mesmo tempo que afirmam a verdade e beleza da família, clamam por misericórdia pelas famílias feridas e frágeis. “Em conformidade com o olhar misericordioso de Jesus, a Igreja deve acompanhar com atenção e cuidado os seus filhos mais frágeis, marcados pelo amor ferido e confuso… O amor misericordioso, do mesmo modo que atrai e une, também transforma e eleva. Convida à conversão”.

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