A misericórdia começa em casa | Paulus Editora

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Família

19/01/2016

A misericórdia começa em casa

Por Suzana Coutinho

O papa Francisco declarou o Ano Jubilar da Misericórdia, que se iniciou no dia 8 de dezembro de 2015 e será encerrado em 20 de novembro de 2016 e, para isso, publicou a bula “O rosto da misericórdia”, uma catequese sobre este mistério da fé cristã. E o que as famílias podem aprender com esse chamado do papa para os cristãos se tornarem “sinal vivo do amor do Pai”?

Primeiro, somos chamados a olhar para Jesus para com ele aprendermos a viver a misericórdia.

Nossa sociedade vive tempos difíceis. O mundo passa por situações tão dolorosas, tão violentas que, muitas vezes, deixamos de crer no amor, no perdão, na acolhida, na graça e na paz, elementos tão importantes para vivermos a fé cristã. Quantos bons cristãos se veem cansados, abatidos, desiludidos e lamentando as dores suas e de outros! Quantos ainda se pegam a desejar o mal, como se a força da violência pudesse acabar com ela mesma. Triste contradição, já que o mal só pode alimentar o mal.

As famílias, muitas vezes, refletem toda essa dor e sofrimento. A falta de paciência, de diálogo amoroso e educativo acabam “sinalizando”, de um lado, um certo cansaço e indiferentismo, de outro, a violência das palavras e dos gestos, na busca de “educar”. Relações distantes e frias, ou impacientes e brutas, que saem das casas e ocupam as ruas, os lugares de trabalho, de cultura, de entretenimento.  Não é difícil perceber a falta de misericórdia no cotidiano de tanta gente, no mundo inteiro.

Mas, o Ano Jubilar nos recorda que a “misericórdia” não é apenas uma palavra e um sentimento, mas um mistério cristão que se torna vivo em Jesus de Nazaré.

É a lei fundamental do amor aos outros e à Deus, e de Deus por todas as suas criaturas, o que nos enche de esperança, pois, mesmo limitados pelo pecado, temos a certeza de sermos amados por Deus. Portanto, conhecer, refletir e viver a misericórdia é procurar seguir a Jesus de Nazaré que nos revela verdadeiramente o Pai que é, ele mesmo, misericórdia!

As famílias também são convocadas a viver a misericórdia de dentro de seus lares, para irradiá-la a todas as pessoas.

Passar para além da justiça, para oferecer o amor e a vida nova: a outra palavra para a misericórdia é perdão! Vivê-lo com os outros, pois o recebemos de Deus, eliminando, assim, “todas as formas de fechamento e desprezo, de violência e discriminação”. Neste Ano Jubilar, as famílias são chamadas a serem verdadeiras testemunhas da misericórdia, “professando-a e vivendo-a”.

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