A família em situações de fragilidade | Paulus Editora

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Família

29/12/2016

A família em situações de fragilidade

Por Suzana Coutinho

É desejo da Igreja que o vínculo matrimonial não se desfaça, mas, reconhece que há situações de fragilidade para as famílias. É importante refletir e buscar respostas, à luz do evangelho da misericórdia, para essas situações concretas, pelas quais as famílias passam. Este é o tema do oitavo capítulo da Exortação Apostólica Pós-Sinodal “A alegria do amor”, sob o título: “Acompanhar, discernir e integrar a fragilidade”.

O matrimônio cristão, reflexo da união entre Cristo e a sua Igreja, realiza-se na reciprocidade de um amor exclusivo e livre fidelidade. No entanto, muitas uniões não realizam esse ideal. É o caso do casamento somente no civil e das uniões estáveis. É preciso discernimento pastoral dessas realidades, “enfrentar todas estas situações de forma construtiva, procurando transformá-las em oportunidades de caminho para a plenitude do matrimônio e da família à luz do Evangelho. Trata-se de acolhê-las e acompanhá-las com paciência e delicadeza”.

Francisco pede que a Igreja evite “juízos que não tenham em conta a complexidade das diversas situações”, como o abandono e a violência, por exemplo, estando atenta “ao modo em que as pessoas vivem e sofrem por causa da sua condição”. A palavra-chave é “integração”. O papa orienta para que se ajude “cada um a encontrar a sua própria maneira de participar na comunidade eclesial, para que se sinta objeto duma misericórdia ‘imerecida, incondicional e gratuita’”. Nesse sentido, propõe um caminho de conversão, de escuta atenta ao Evangelho, somente capaz na abertura ao outro e a Deus, buscando sempre evitar as ocasiões de escândalo.

Recorda o papa que, “em toda e qualquer circunstância, perante quem tenha dificuldade em viver plenamente a lei de Deus, deve ressoar o convite a percorrer a via caritatis”. No entanto, essa postura pastoral não significa “renunciar a propor o ideal pleno do matrimônio, o projeto de Deus em toda a sua grandeza”.  Sendo mais importante o esforço pastoral para consolidar os matrimônios e evitar as rupturas, do que uma pastoral dos falimentos.

O convite do papa para os fiéis que vivem situações complexas, é que se aproximem com confiança de seus pastores ou das lideranças leigas preparadas, para o amadurecimento na fé. Aos pastores, o convite é para compreender o drama das pessoas, ajudá-las a viver melhor e reconhecer o seu lugar na Igreja.

2 comentários

14/6/2017

Antonio Sartorelo Neto

Muito bom o texto. Objetivo e verdadeiro. Como Igreja precisamos nos expor mais para sermos acolhedores.

14/6/2017

Antonio Sartorelo Neto

Muito bom texto.