Família
15/04/2015
Por Suzana Coutinho
Este ano, o tema do Dia Mundial das Comunicações Sociais é “Comunicar a família: ambiente privilegiado do encontro na gratuidade do amor”. O dia será celebrado, neste ano, no domingo, 17 de maio. Devido ao Sínodo sobre a Família, a ser realizado em outubro próximo, o papa Francisco faz uma ponte entre os dois temas: família e comunicação.
O ponto de partida é a família como o primeiro lugar onde se aprende a comunicar. A referência é o texto evangélico do encontro entre Maria e Isabel (Lc 1, 39-56). A reflexão de Francisco nos coloca diante das dimensões comunicativas do corpo, da palavra (vínculo, oração e bênção), dos gestos (proximidade e limitações) e dos meios de comunicação social.
A família, como “escola de comunicação”, ensina e aprende algumas lições. Entre elas, a vivência entre os diferentes que se acolhem mutuamente.
Vínculo que é gerado e se revigora com a palavra, a “língua materna”, reconhecendo e valorizando os que nos antecedem. Gênero e geração são duas das diferenças com as quais aprendemos a viver acolhedoramente em família.
Outras dimensões da palavra são as da oração (dimensão religiosa) e a da bênção que se coloca em oposição a uma “cultura da maldição”, do desencontro. “(…) na realidade, abençoar em vez de amaldiçoar, visitar em vez de repelir, acolher em vez de combater é a única forma de quebrar a espiral do mal, para testemunhar que o bem é sempre possível, para educar os filhos na fraternidade”.
Como não existe a família perfeita, mas reconhecendo os limites nas relações humanas, é preciso viver o perdão.
Também é preciso aprender com as famílias a acolhida aos limites, destacando os processos de inclusão aos fragilizados. A família aprende e ensina a descoberta e construção de proximidade. Comunica-se, assim, uma mensagem de vida e comunhão, capaz de chegar às famílias que ainda não conseguem viver essa realidade e fazendo crescer a própria Igreja “que é uma família de famílias”.
Em relação aos meios de comunicação social, ressalta-se as dificuldades (o que afasta e isola) e as facilidades (o contato e o encontro), salientando o papel educador dos pais e da comunidade cristã para que os filhos aprendam a viver no ambiente da comunicação, segundo os critérios da dignidade da pessoa humana e do bem comum.
A palavra chave continua sendo o encontro, tema caro ao papa Francisco.
O desafio, para a família, é dar testemunho de uma comunidade comunicadora da beleza e da riqueza dos relacionamentos, capaz de construir o futuro.
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Suzana Coutinho
Mineira, professora, educadora popular e jornalista. Formada em Comunicação Social – Jornalismo, especialista em Comunicação Social pelo SEPAC e Mestra em Educação Sociocomunitária pelo Unisal /Americana. Integrante da equipe da revista Ecoando. Assessora movimentos sociais, pastorais e movimentos da Igreja.
