A educação dos filhos: compromisso consciente | Paulus Editora

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Família

29/11/2016

A educação dos filhos: compromisso consciente

Por Suzana Coutinho

No capítulo VII da Exortação Apostólica Pós-Sinodal “A alegria do amor”, o papa Francisco apresenta a reflexão: Reforçar a educação dos filhos, recordando que esse é papel fundamental da família e deve ser assumido com consciência pelos pais. A educação não se faz apenas nos “momentos” dedicados a ela, mas esta perpassa todas as experiências de vida, dentro e fora da casa.

Essa educação propõe conhecer os caminhos dos filhos, mas isso não pode ser feito de forma dominadora. Pelo contrário, deve gerar “processos de amadurecimento da sua liberdade, de preparação, de crescimento integral, de cultivo da autêntica autonomia”.  Assim, a “educação envolve a tarefa de promover liberdades responsáveis, que, nas encruzilhadas, saibam optar com sensatez e inteligência; pessoas que compreendam sem reservas que a sua vida e a vida da sua comunidade estão nas suas mãos e que esta liberdade é um dom imenso”.

Essa educação tem uma dimensão ética, de e para a vivência de valores na família, que passa pelo testemunho e orientação. Muitas vezes, é necessária a correção amorosa e paciente de ações não consideradas adequadas, com o cuidado de que a disciplina não mutile os desejos e não coloque sacrifícios desproporcionais, mas ajude crianças e jovens a descobrirem os valores essenciais da vida pessoal, comunitária e social.

A educação sexual deve oferecer informações adequadas à maturidade dos filhos e à sua capacidade de compreensão. Ajudá-los a discernir sobre as atitudes que podem deformar a capacidade de amar e as várias formas de violência sexual que levam a tratar a si mesmos ou aos outros de forma desumana. Uma educação sexual cristã ensina um percurso pelas diversas expressões do amor, o cuidado mútuo, a ternura respeitosa, a comunicação rica de sentido. “Assim a união sexual no matrimônio aparecerá como sinal dum compromisso totalizante, enriquecido por todo o caminho anterior”.

A família “deve continuar a ser lugar onde se ensina a perceber as razões e a beleza da fé, a rezar e a servir o próximo”. A fé, como dom, nos é dada por Deus, “mas os pais são instrumentos de Deus para a sua maturação e desenvolvimento”. Esse processo não é igual para todos os filhos, nem se faz com receita pronta. Dá-se no acompanhamento de seu crescimento e maturidade, no respeito à sua liberdade e no testemunho de fé da própria família, em casa e na comunidade eclesial. Assim, famílias evangelizadoras formam cristãos e cristãs evangelizadores.

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