A alegria do amor e os desafios para as famílias hoje | Paulus Editora

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Família

17/06/2016

A alegria do amor e os desafios para as famílias hoje

Por Suzana Coutinho

Em sua exortação apostólica pós-sinodal, A alegria do amor, o Papa Francisco destaca, no capítulo II, a realidade e os desafios das famílias, salientando que é “salutar prestar atenção à realidade concreta”.  Não pretende dizer “tudo aquilo que poderia ser dito”, mas faz um esquema a partir do Sínodo sobre as Famílias, somando sua visão sobre o tema.

O papa fala de luzes e sombras, destacando que não se trata de propor um modelo de família do passado, mas de propor caminhos para a família atual. E inicia pelo tema da liberdade, destacando que hoje é possível verificar uma “realidade doméstica com mais espaços de liberdade”. Esse dado é positivo, ao oferecer a possibilidade de escolha sobre a própria vida, para a construção de um projeto de futuro. Mas, pode carregar um individualismo exagerado “que desvirtua os laços familiares” e que gera impaciência e agressividade.

Outros aspectos da realidade familiar são os ligados à dimensão econômica e do trabalho. Francisco aponta o ritmo da vida atual, o estresse, a organização social e laboral como desafios para a vida familiar, tomando o tempo e as energias dos membros da família e não possibilitando, muitas vezes, o seu encontro.

Entre as sombras, Francisco fala das ideologias que sustentam certas práticas políticas e sociais, que negam a esperança do futuro e que pretendem dividir em dois os aspectos inseparáveis da realidade. Aponta a falta de políticas públicas, que promovam a vida das famílias, como o trabalho e o emprego, a moradia e a saúde, como sombras dos dias atuais. Apresenta as sombras da violência, destacando a violência contra as mulheres, a exploração sexual, principalmente de crianças, o abandono dos filhos, o uso de drogas.

De outro lado, entre as luzes, Francisco procura salientar os testemunhos das famílias cristãs em meio às dificuldades de hoje, que buscam, no cultivo da espiritualidade pessoal e comunitária, as forças para viver o diálogo, o cuidado dos fragilizados e a misericórdia e a paciência diante dos erros dos outros.

E o que pede à Igreja, diante da escuta da realidade? Que vá ao encontro das famílias reais, que “ofereça espaços de apoio e aconselhamento sobre questões relacionadas com o crescimento do amor, a superação dos conflitos e a educação dos filhos”. Que proponha a graça de Deus como fonte da vida matrimonial e familiar. É preciso reconhecer que “a força da família reside essencialmente na sua capacidade de amar e ensinar a amar”.

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