Temos mais uma dupla de livros com o mesmo nome: 1 Crônicas e 2 Crônicas. A Bíblia Grega e a Vulgata chamam esses dois livros de Paralipômenos, isto é, livros que relatam as “coisas omitidas”, que acrescentam algo a mais. Os livros das Crônicas são obra do judaísmo pós-exílico, quando o povo vivia sob a direção de seus sacerdotes, segundo as normas das leis religiosas. O templo e as cerimônias eram, portanto, o centro da vida desse povo.
Os livros das Crônicas, a princípio um só, são pouco conhecidos e pouco utilizados na liturgia e em outros momentos. São formados por listas maçantes e longas de genealogias e por coleções de sermões. Por isso, não são muito atraentes, mas fazem parte de nossa Bíblia.
Juntamente com Esdras e Neemias, os dois livros das Crônicas formam um conjunto histórico coerente. São como que uma recapitulação de toda a história do povo de Deus, na visão dos sacerdotes e levitas que atuavam no templo de Jerusalém, durante a época persa.
O autor das Crônicas pertence ao grupo dos levitas de Jerusalém. Escreve depois da época de Esdras e Neemias, pois ele combina a seu modo as fontes que se referem a eles. Mais tarde recebeu alguns acréscimos. O clero desempenha papel importante na obra: não apenas os sacerdotes e os levitas, mas também as classes inferiores do clero, tais como, os porteiros e os cantores.
Podemos resumir os livros das Crônicas nos grandes blocos: 1) 1 Crônicas 1-9: temos diversas listas genealógicas que se detêm mais na tribo de Judá e na descendência de Davi, nos levitas e nos habitantes de Jerusalém. 2) 1 Crônicas 10-29: aqui é apresentada a história de Davi. Não se mencionam, porém, as divergências com Saul, nem o pecado com Betsabeia, os dramas de família e as revoltas. Dá destaque à transladação da arca, à organização do culto em Jerusalém e aos preparativos para a construção do templo. 3) 2 Crônicas 1-9: reinado de Salomão e sua obra máxima, a construção do templo. A atenção do autor volta-se principalmente ao reino de Judá e à dinastia de Davi. 4) 2 Crônicas 10-36: crises que dividiu o povo no final de Salomão, as principais reformas da monarquia e as reformas de Ezequias e Josias.
Por esse esquema, podemos perceber que os livros das Crônicas retomam e releem a História Deuteronomista, de modo especial Samuel e Reis. Percebe-se também que o cronista idealiza Davi e Salomão, eles são apresentados como monarcas exemplares, não levando muito em conta suas fraquezas. O reino do norte é praticamente ignorado pelo cronista. Apesar de tudo, o autor procura animar o povo oprimido, nem tudo está perdido, continua sendo povo de Deus.
Olá Nilo, Sou Frei João Carlos Ribeiro, dos Frades Servos de Maria. Missionário em Moçambique, Matola. Gostei do Resumo sobre a Bíblia e e dos Livros Históricos. Estou a utilizar na formação Bíblica dos Aspirantes e Postulantes. Obrigado pelos textos. Encontrei no site da Paulus.
Boa tarde! Estou realizando um trabalho e estou com dificuldades de encontra os aspectos economia e financeiros de cronicas I e II. Vc poderia me ajudar ?