9. Levítico | Paulus Editora

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Bíblia

06/09/2016

9. Levítico

Por Nilo Luza

O Levítico é o terceiro livro da Bíblia e deriva de Levi, nome de uma das tribos de Israel. A tribo de Levi não recebeu terra, pois ela ficou responsável pelo culto no templo de Jerusalém, foi consagrada ao serviço de Deus no santuário. Este livro trata justamente das funções e normas a respeito do culto. O livro não tem um autor definido, é obra de muitas mãos, engajadas na questão das leis, rituais e festas. A obra é atribuída à escola sacerdotal, e concluída após o retorno do exílio da Babilônia, pelo ano 400 AC.

Podemos dividir o livro em seis partes: 1) leis dos sacrifícios e ofertas (1-7); 2) a consagração dos sacerdotes (8-10); 3) leis do puro e do impuro (11-15); 4) o grande dia da expiação (16); 5) código da santidade (17-26); 6) apêndice: resgate das ofertas votivas (27).

A primeira parte do livro abrange os capítulos 1 a 7. Este código sacrificial representa a liturgia que começa a florescer no templo de Jerusalém logo após a sua reconstrução. Apresenta os diversos tipos de sacrifícios do culto e o ritual que deve ser observado em cada um deles. Iniciou provavelmente quando Jerusalém foi estabelecida como único lugar onde eram permitidos os sacrifícios.

Os capítulos 8 a 10 compõem a segunda parte, que narra a consagração dos sacerdotes e a correta realização dos rituais. Moisés cumpre o que estava determinado para a consagração dos sacerdotes e do santuário. Relata também a sorte dos sacerdotes Nadab e Abiú, filhos de Aarão, que não cumpriram direito as determinações do cerimonial.

A terceira parte, formada pelos capítulos 11-15, é chamada lei de pureza, porque fala da impureza de certos animais ou da impureza por ações, situações ou contatos. Em outras palavras, descreve sobre os meios pelos quais um estado de impureza poderia surgir e como recuperar o estado de pureza.

O capítulo 16 relata o grande dia da expiação ou do perdão, o chamado “yom kipur”, que ainda hoje é solenemente celebrado pelas comunidades judaicas. Seu objetivo era a purificação do santuário dos pecados e das impurezas do povo por meio de atos cultuais. Esta parte reafirma a pureza ritual como centro da vida.

A quinta parte abrange os capítulos 17 a 26, que trata da lei da santidade. A palavra “santo” está muito presente nesta parte. Deus conclama a comunidade a ser santa: sejam santos para mim, como eu sou santo. A seção inicia com as normas a respeito do santuário e do sacrifício e termina com as bênçãos e maldições.

Por fim, o capítulo 27 é como que uma espécie de apêndice. Determina taxas e resgates para as pessoas, os animais, as casas, os campos e conclui com os dízimos.

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