8. Êxodo – 2 | Paulus Editora

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Bíblia

03/08/2016

8. Êxodo – 2

Por Nilo Luza

Como vimos, o livro do Êxodo pode ser dividido em três partes: a primeira abrange os capítulos 1,1-15,21; a segunda, a menor das três, é formada pelos capítulos 15,22-18,27; a terceira, a maior das três, vai do capítulo 19 ao fim do livro, capítulo 40. Essa divisão serve mais para facilitar a compreensão do texto do que outra coisa. Vamos destacar alguns aspectos significativos de cada uma dessas partes.

Primeira parte (1,1-15,21) narra a opressão, a mediação e a libertação dos hebreus. Temos experiências de opressão e de libertação vividas por diferentes grupos, em diversas épocas e variados contextos. O povo toma consciência de sua situação de opressão; sob a liderança de Moisés, tenta convencer o faraó para que o deixe partir, mas o faraó resiste.

Diante da recusa do faraó, começa um confronto mais pela persuasão do que pela força, é o recurso das “dez pragas”, fenômenos muito conhecidos no antigo Egito. Sejam elas fenômenos naturais ou fatos maravilhosos, o importante é perceber o que está em jogo: é uma disputa entre o oprimido e o opressor, entre os representantes de Javé e os representantes do faraó. O mais forte vencerá. O processo de libertação do Egito nos mostra que Moisés e Aarão usaram a “arma da persuasão”, não foi uma ação violenta, o povo não se armou, não formou um exército poderoso nem foi uma ação terrorista. Antes de partir para a caminhada no deserto os hebreus celebraram a páscoa, representando a passagem da escravidão para a liberdade.

A seção 15,22-18,27 é a mais breve. Relata a caminhada de Israel do Egito para o Sinai. É como que um resumo da experiência de Israel no deserto. Aí acontecem as murmurações do povo contra seu Deus e contra seus líderes.

Temos relatos que descrevem “milagres”, como a presença de água e comida num lugar hostil. Javé alimenta e sacia seu povo em sua permanência no deserto. A caminhada pelo deserto simboliza também a vida, que é uma contínua busca de sentido individual e comunitária.

A terceira e mais longa parte abrange os capítulos 19-40. Aqui temos Israel no Sinai, onde acontece a aliança, e Moisés apresenta ao povo as leis. Por sua vez, nesta seção costuma-se distinguir a aliança (19-24), a ruptura da aliança e sua renovação (32-34) e as instruções sobre a construção do santuário (25-31; 35-40).

No Sinai, Moisés recebe as leis e Deus faz uma aliança com seu povo. A expressão maior dessa aliança está no Decálogo, popularmente conhecido como “os dez mandamentos”. O objetivo primeiro do Decálogo é a vida e a liberdade das pessoas. As leis têm em vista a defesa da vida do povo. Deus criou o ser humano para a liberdade e não para a escravidão.

1 comentário

7/1/2017

Leonardo Almeida

Muito bom!!!