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Bíblia Sagrada - Edição Pastoral
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Vocês pervertem o ensinamento -* 1 Agora, sacerdotes, é para vocês a seguinte ordem: 2 Se vocês não me escutarem e não tiverem no coração o desejo sincero de glorificar o meu nome - diz Javé dos exércitos - eu lhes mandarei a maldição, e em maldição transformarei as bênçãos de vocês. E vou amaldiçoá-los porque nenhum de vocês as leva a sério. 3 Vou arrancar o braço de vocês e jogar-lhes estrume na cara, o estrume das vítimas sacrificadas nas festas de vocês; e vou varrer vocês junto com esse estrume. 4 Assim vocês ficarão sabendo que eu mandei esta ordem, para vocês permanecerem na minha aliança que fiz com Levi - diz Javé dos exércitos. 5 A minha aliança estava com Levi; significava vida e paz, e era isso o que eu lhe dava; significava também respeito, e ele me respeitava e honrava o meu nome. 6 Um ensinamento fiel estava em sua boca, e nada de errado se encontrava em seus lábios; Levi caminhava comigo na paz e no direito, e fazia muita gente se converter do pecado. 7 Porque os lábios do sacerdote guardavam o conhecimento, e de sua boca se procurava o ensinamento, pois ele era um mensageiro de Javé dos exércitos.

8 Vocês, porém, se desviaram do caminho e fizeram muita gente fugir do ensinamento. Vocês quebraram a aliança de Levi - diz Javé dos exércitos. 9 Por isso, agora eu os tornei desprezíveis e vis diante de todo o povo, porque vocês não seguiram os meus caminhos e foram parciais ao ensinar.

Vocês profanam a Aliança -* 10 Por acaso, não temos todos nós um único Pai? Por acaso, não foi um só o Deus que nos criou? Então, por que enganamos uns aos outros, profanando assim a Aliança de nossos pais?

11 Judá cometeu uma traição, uma coisa horrível aconteceu em Israel e Jerusalém; Judá profanou o santuário que Javé ama e se casou com a filha de um deus estrangeiro. 12 Que Javé elimine das tendas de Jacó quem assim faz, a testemunha e o defensor, e até mesmo aqueles que trazem ofertas a Javé dos exércitos.

Vocês são infiéis à esposa -* 13 uma outra coisa que vocês fazem: cobrem o altar de Javé com lágrimas, prantos e lamentos, porque ele não olha a oferta de vocês, nem aceita com agrado a oferta de suas mãos. 14 E vocês ainda perguntam: «Por que issoPorque Javé é testemunha entre você e a mulher de sua juventude, à qual você foi infiel, embora ela fosse a sua companheira, a esposa unida a você por uma aliança. 15 Por acaso, Deus não fez dos dois um único ser, dotado de carne e espírito? E o que é que esse único ser procura? Uma descendência da parte de Deus! Portanto, controlem-se para não serem infiéis à esposa de sua juventude. 16* Eu odeio o divórcio - diz Javé, Deus de Israel - e quem cobre sua veste de violência - diz Javé dos exércitos. Controlem-se e não sejam infiéis.

17 Vocês cansam a Javé com palavras. E depois dizem: «Como é que nós o cansamos?» É quando vocês dizem coisas assim: «Quem pratica o mal é que é bom aos olhos de Javé. É desses que ele gosta». Ou ainda: «Onde é que está o Deus que faz justiça




* 6-14: Numa época em que os judeus já não podem ter outros meios que os identifiquem como povo de Deus, o culto torna-se a carteira de identidade. É no culto que Israel exprime, de forma visível, o afeto e o respeito na sua relação com Deus. Malaquias critica os sacerdotes por relaxarem o culto, além de considerarem tedioso o serviço sacerdotal. Desse modo, os sacerdotes não valorizam aquilo que, no momento, é para o povo a única forma de manter a própria identidade. E o que dizer quando Deus é mais respeitado fora do que dentro do seu povo?



* 2,1-9: Aos sacerdotes cabiam duas funções: ministrar o culto e ensinar conforme as normas da Aliança. O profeta já havia criticado os abusos cultuais, agora denuncia a perversão do ensinamento com que os sacerdotes afastam o povo das normas da Aliança.



* 10-12: Uma das tentativas para manter a identidade religiosa do povo no tempo de Malaquias era a proibição do casamento com mulheres estrangeiras (cf. Esd 9-10; Ne 10,29-31; 13,23-29). A razão não é o matrimônio em si, mas o risco da idolatria que poderia contaminar a comunidade: esta deve pertencer total e exclusivamente a Javé. Bem diferente é a perspectiva do livro de Rute (cf. o livro de Rute).



* 13-16: Conforme Dt 24,1-4, em Israel se admitia que um marido se divorciasse da mulher. Malaquias é mais exigente: para ele, o matrimônio é uma união sagrada que ninguém pode desfazer sem ir contra o projeto original do Criador (cf. Gn 2,24). Podemos já reconhecer aqui o ideal que mais tarde será proposto por Jesus (cf. Mc 10,1-12).






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