3 de março – 3º Domingo da Quaresma | Paulus Editora

O Domingo
3 de março – 3º Domingo da Quaresma

NOVO TEMPLO, NOVA OFERTA

No Evangelho segundo João, é entrando no templo de Jerusalém que Jesus praticamente inicia sua missão pública. E, em vez de fiéis em oração, no templo ele encontra vendedores e cambistas. Um comércio tal, que havia transformado a casa de Deus em lugar de exploração, sobretudo dos pobres, com leis religiosas que obrigavam os fiéis a comprar bois, ovelhas ou ao menos pombas, para sacrificá-los e assim conseguir a reconciliação com Deus.

Ao fazer um chicote de cordas, Jesus deixa claro que ele é o Messias esperado, aquele que vem para “açoitar” as práticas de injustiça e inaugurar um tempo novo. Jesus faz o povo sair daquele centro de exploração, junto com as ovelhas e os bois. Aliás, as ovelhas na Bíblia muitas vezes representam o próprio povo. Jesus vem tirar do templo, vem libertar da exploração comercial disfarçada de religião. Ele derruba as mesas e o dinheiro dos cambistas, e ordena aos vendedores de pombas que tirem tudo de lá. As pombas eram a oferta dos pobres, que não conseguiam comprar animais mais caros. Mas o sacrifício de pombas de nada mais serve, diante daquele que desceu em forma de pomba, no batismo de Jesus.

Costuma-se dizer que Jesus faz a “purificação” do templo. O que ele faz, na verdade, vai muito além, ao declarar que seu próprio corpo é o novo santuário e que a oferta de sua vida elimina a necessidade de sacrifícios de animais. Deixa claro, além disso, que Deus não habita locais onde se explora a fé, sobretudo das pessoas simples. O Espírito de Deus está presente em Jesus, e essa presença o torna indestrutível. Podem matá-lo, mas sua morte não será definitiva, pois no terceiro dia ele voltará à vida plena.

O corpo de Jesus, sendo a morada de Deus, é para nós o verdadeiro santuário, que nos aproxima do Pai. Na “casa do Pai” somos família, e em família não fazemos comércio, mas agimos na gratuidade do amor. Como família-comunidade, pertencemos ao Corpo de Jesus. Unidos a ele, unimo-nos a Deus, na liberdade de filhos e filhas amados, cujo sofrimento diário o Criador já conhece e cujo compromisso com a vida para todos ele aceita como oferta genuína.

Pe. Paulo Bazaglia, ssp


O Domingo

É um periódico que tem a missão de colaborar na animação das comunidades cristãs em seus momentos de celebração eucarística. Ele é composto pelas leituras litúrgicas de cada domingo, uma proposta de oração eucarística, cantos próprios e adequados para cada parte da missa e duas colunas, uma reflete sobre o evangelho do dia e a outra sobre temas relacionados à vida da Igreja.

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