O Domingo
2 de setembro: 22º DOMINGO COMUM

CONSERVAR OU MUDAR?

Ao longo da caminhada cristã, ficamos presos a certas normas e abandonamos outras. Conservamos as que presumimos serem as melhores, as fundamentadas no evangelho, e abandonamos aquelas que já caducaram e não dizem mais nada aos dias atuais.
Nem sempre é fácil fazer a escolha mais acertada. Muitas vezes nos agarramos à “doutrina tradicional da Igreja”, mas esquecemos a fundamentação bíblica ou descuramos do dever de nos adequar aos novos tempos. O Vaticano II foi grande janela que se abriu no século passado, mostrando a necessidade de adequação. Uma tradição só é válida se nos ajuda a observar os mandamentos, ou seja, a viver intensamente o projeto de Jesus.
Nossas tradições – que nós criamos – servem para “disfarçar nossa perversidade” ou nos ajudam a manter o coração unido a Deus e aos irmãos? Ainda hoje encontramos, no seio das comunidades, “fariseus” e “legisladores” que pretendem ditar normas de conduta ou ficam presos a certas leis já superadas e esquecem o fundamental e irrevogável: o amor a Deus e ao próximo.
O farisaísmo não é privilégio do passado, mas tentação a nos ameaçar continuamente. Não estamos livres das pragas que mancham a Igreja: o legalismo, o preconceito, a exterioridade; um cristianismo meramente ritualista e superficial; maior preocupação em obedecer passivamente às normas recebidas do que em dar uma resposta pessoal e comprometida aos chamados de Deus e aos apelos dos irmãos.
Ser fiel observante de “regrinhas” dá a sensação de dever cumprido e até de prestígio diante de Deus. Isso é muito mais fácil do que construir a própria vida no amor e na liberdade de filhos e filhas de Deus, disponíveis para as necessidades do próximo. O amor para com Deus e com os irmãos não tem regras predeterminadas. Não podemos esquecer que a verdadeira religião passa pelo próximo. A religião pura e santa aos olhos de Deus é esta: assistir órfãos e viúvas, isto é, as pessoas excluídas, renegadas pela sociedade. Não é difícil descobrir onde estão os “órfãos e as viúvas” de nossa sociedade.

Pe. Nilo Luza, ssp


O Domingo

É um periódico que tem a missão de colaborar na animação das comunidades cristãs em seus momentos de celebração eucarística. Ele é composto pelas leituras litúrgicas de cada domingo, uma proposta de oração eucarística, cantos próprios e adequados para cada parte da missa e duas colunas, uma reflete sobre o evangelho do dia e a outra sobre temas relacionados à vida da Igreja.

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