7 de dezembro – 2º DOMINGO DO ADVENTO | Paulus Editora

O Domingo – Palavra
7 de dezembro – 2º DOMINGO DO ADVENTO

REINO E ESPERANÇA: “JÁ” E “AINDA NÃO”

A liturgia dirige nossa atenção para a esperança e a urgência da conversão. Somos instados a encarar o futuro com os olhos da fé, não como espectadores inertes, e sim como quem se dedica ao Reino que já começou a germinar em nosso meio.

Com palavras que transbordam poesia e esperança, Isaías profetiza sobre um tempo novo. Tempo em que o anseio por paz, justiça e libertação deixará de ser um sonho distante e se concretizará na vida do povo de Deus. Essa transformação, contudo, não advirá da força bruta das armas ou da imposição de sistemas humanos, e sim por meio de um rebento frágil e, no entanto, tão promissor, nascido da raiz de Jessé, da descendência de Davi. Esse broto, que se identifica com a figura do Messias, é sinal de continuidade e renovação. Ele, o verdadeiro libertador, vai quebrar os grilhões da opressão, trazendo justiça aos pobres e humildes da terra. O anúncio do profeta nos fala de uma esperança encarnada, que nasce pequena, mas carrega consigo a plenitude do Reino.

Aos cristãos de Roma, uma comunidade marcada por tensões, diferenças e desafios de convivência fraterna, Paulo recorda que os laços entre os cristãos precisam ser sustentados pela acolhida mútua, tal como ensinado por Cristo, que não agradou a si próprio, mas fez-se servo de todos. A Escritura, ensina o apóstolo, foi dada para nos encorajar e trazer esperança, de modo que, iluminados por ela, consigamos caminhar unidos, como um só corpo. A fé cristã se revela na comunhão real entre os irmãos e irmãs, vivendo juntos e escutando o Evangelho, a fim de gerar em todos o dom da perseverança e da consolação.

João Batista mostra a exigência radical de conversão. Sua voz ressoa no deserto, chamando corações adormecidos, chacoalhando consciências acomodadas. O Reino de Deus está perto, mas não se manifesta em privilégios ou formalidades religiosas. Ninguém herda o Reino ou simplesmente finge ser parte dele. A pertença a ele se revela pelos frutos tangíveis de uma vida renovada.

A conversão, afinal, é mais que um evento único; constitui uma jornada constante de autoanálise, de mudança interna, de entregar-se de coração aos planos divinos. O evangelista adverte que “a árvore infrutífera será cortada e jogada no fogo”. Isso nos desafia a viver a fé com sinceridade, aceitando a tarefa de anunciar o Evangelho por meio de atos de justiça, compaixão e verdade.

Neste tempo de espera, somos chamados a abrir o coração ao Messias que chega, deixando que sua presença transforme nossos relacionamentos, estruturas e modo de ser. A profecia de Isaías, o apelo de Paulo e a mensagem de João Batista se juntam numa única ordem: preparar o caminho do Senhor com fé, união e verdadeira conversão. Maria, Mãe do Senhor e nossa, nos ajude no discipulado.

Cl. Bruno Rosa, ssp


O Domingo – Palavra

O objetivo deste periódico é celebrar a presença de Deus na caminhada do povo e servir às comunidades eclesiais na preparação e realização da Liturgia da Palavra. Ele contém as leituras litúrgicas de cada domingo, proposta de reflexão, cantos do Hinário litúrgico da CNBB e um artigo que trata da liturgia do dia ou de algum acontecimento eclesial.

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