COMO DIALOGAMOS COM DEUS?
Jesus conta uma parábola a “alguns que confiavam na própria justiça e desprezavam os outros”. Dois homens dirigem-se ao templo para fazer sua oração: um fariseu e um publicano. Eles têm atitudes bem distintas ao rezarem naquele lugar. Ir ao templo é dispor-se a tomar Deus como testemunha.
O fariseu – o “separado”, de pé e dono de si – apresenta a Deus suas virtudes e suas práticas religiosas. É um judeu cumpridor de seus deveres religiosos e sociais. Dir-se-ia hoje que ele é “pessoa de bem”. Muito diferente é a atitude do publicano ou cobrador de impostos: fica a distância, bate no peito e invoca a misericórdia divina. Reconhece sua pequenez e sua condição de pecador, colocando-se diante de Deus de forma humilde.
A avaliação de Jesus é categórica: o primeiro não teve nenhum mérito diante de Deus, ao passo que o publicano saiu do templo justificado e abençoado.
O fariseu considera-se justo e cumpridor das leis; é um homem “religioso” que pensa não haver nada que o desabone, mas o fato é que não apresenta nenhuma obra de caridade e de compaixão para com os últimos. Arroga-se o direito de julgar os outros com atitudes de desprezo. Sua arrogância o afasta de Deus, ao invés de aproximá-lo dele.
O publicano, de sua parte, reconhece não ter nada para apresentar a Deus – somente sua pequenez e a necessidade da misericórdia divina. Julga-se pequeno e indigno, abre o coração para a ação de Deus e as portas para a fraternidade com os irmãos.
Ao comentar essa parábola, são João Crisóstomo diz: “Ao descer do templo, o fariseu tinha perdido a justiça, o publicano a tinha recuperado: as palavras venceram as obras. De fato, o fariseu, apesar das obras, perdeu a justiça; o publicano, porém, alcançou a justiça pela humildade de suas palavras”.
A parábola põe em cena duas atitudes humanas contrastantes, presentes também nos tempos atuais: a do fariseu, que se acredita justo, cheio de méritos e no direito de julgar os outros, e a do cobrador de impostos, que se considera pecador e necessitado do amor de Deus.
Pe. Nilo Luza, ssp
O objetivo deste periódico é celebrar a presença de Deus na caminhada do povo e servir às comunidades eclesiais na preparação e realização da Liturgia da Palavra. Ele contém as leituras litúrgicas de cada domingo, proposta de reflexão, cantos do Hinário litúrgico da CNBB e um artigo que trata da liturgia do dia ou de algum acontecimento eclesial.
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