17 de julho – 16º DOMINGO DO TEMPO COMUM | Paulus Editora

O Domingo – Palavra
17 de julho – 16º DOMINGO DO TEMPO COMUM

A NOVA SOCIEDADE INAUGURADA POR JESUS

Certamente sabemos o que implica receber uma visita. Não são poucas as coisas a preparar – sobretudo quando se vive sozinho ou se está sozinho em casa. Vimos, na primeira leitura, como Abraão se empenha para receber com dignidade os visitantes, contando com a ajuda da esposa. No Evangelho, Marta comporta-se como Abraão, enquanto Maria assume outra atitude.

Não raro, temos medo desses momentos mais reais de partilha, de intimidade. Nós os contornamos, mantendo-nos ocupados com nossos trabalhos, compromissos etc.

O relato sobre Jesus na casa de Marta e Maria complementa a narrativa sobre o bom samaritano, a qual lemos no domingo passado e precede, no Evangelho de Lucas, o texto de hoje. Não é sem motivo que a liturgia da Igreja traz essas leituras em sequência.

O bom samaritano foi apresentado como exemplo de discípulo que vê e age com compaixão. Maria, por sua vez, sendo mulher, não poderia estar próxima aos homens, aos pés de um mestre – é uma pessoa marginalizada na sociedade, à semelhança do samaritano. Ela apresenta-se como exemplo de discípula que ouve, escolhendo a melhor parte. Enquanto mulher, esperava-se que ela, assim como Marta, se limitasse a preparar boa hospitalidade. Jesus, contudo, rompe com as convenções sociais de seu tempo. As atitudes das duas irmãs são complementares. Não é questão de priorizar uma ou outra.

Ao se referir à atitude de Marta, o evangelista está nos dizendo algo mais. Os códigos e limites sociais eram rígidos na época de Jesus. Não obstante, amar a Deus de todo o coração e ao próximo como a si mesmo requer ultrapassar antigas regras. No Reino de Deus não há distinções nem barreiras entre as pessoas. A nova sociedade inaugurada por Jesus exige do discípulo e da discípula o tempo para ver e fazer (bom samaritano), para ouvir a Palavra (Maria) e aprender com o Mestre (Marta), que sempre nos acolhe.

Assim, Jesus nos lembra que amar os outros significa nos dispormos a acolhê-los em suas necessidades; nas palavras do servo de Deus, D. Luciano Mendes de Almeida: “Em que te posso ajudar?” Amar os outros significa ouvi-los, dedicando-lhes tempo, interessando-se por quem são, pelo que são, e não apenas pelo que fazem ou podem retribuir.

Christian Dino Batsi, ssp


O Domingo – Palavra

O objetivo deste periódico é celebrar a presença de Deus na caminhada do povo e servir às comunidades eclesiais na preparação e realização da Liturgia da Palavra. Ele contém as leituras litúrgicas de cada domingo, proposta de reflexão, cantos do Hinário litúrgico da CNBB e um artigo que trata da liturgia do dia ou de algum acontecimento eclesial.

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