Chamados à santidade! | Paulus Editora

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24/10/2025

Chamados à santidade!

Por Darlei Zanon

No dia 1º de novembro, a Igreja nos convida a festejar todos os Santos e Santas de Deus. É uma data propícia para celebrar os Santos de nossa devoção, mas também para recordar o chamado universal à santidade, o convite que Deus faz a cada um de nós para sermos santos.

Em 2018, o papa Francisco nos presenteou com uma belíssima exortação apostólica intitulada Gaudete et Exsultate, exatamente sobre o chamado à santidade no mundo atual. Não se trata de um tratado sobre a santidade, mas de um guia para “fazer ressoar, mais uma vez, o chamado à santidade, procurando encarná-la no contexto atual, com seus riscos, desafios e oportunidades, porque o Senhor escolheu cada um de nós para ser santo e irrepreensível na sua presença, no amor” (GE, n. 2).

Todos os cristãos, na realidade, são chamados a ser santos. A santidade é nossa vocação principal, é a essência da vida cristã. Jesus recordou diversas vezes aos seus discípulos a importância de uma vida santa, pura, caridosa. Certa vez, disse aos Apóstolos: “Sede santos como é santo o vosso Pai que está no céu” (Mt 5,48; cf. Lv 19,2 e 1Pd 1,16). Paulo recordou diversas vezes, nas suas cartas, que os cristãos são chamados à santidade. Assim escreveu aos Romanos: “Escrevo a todos vós que estais em Roma e que sois amados por Deus e chamados à santidade” (Rm 1,7); e a Timóteo: “Cristo salvou-nos e chamou-nos com uma vocação santa” (2Tm 1,9; cf. 1Ts 3,13; 4,7; 1Cor 1,2).

Ao longo da história, temos vários exemplos de santidade. Homens e mulheres que viveram profundamente o Evangelho, consagrando sua vida inteiramente a Deus, e por isso foram reconhecidos pela Igreja como santos e santas. Apesar de todas as diferenças de idade, origem, condição social, formação… todos foram agraciados por Deus e incluídos no altar dos santos. A vida de cada um deles nos mostra que a maior exigência para ser santo é ter uma fé autêntica, pois, quando cremos verdadeiramente em Deus, toda nossa vida se dirige para o seu seguimento.

Quando cremos, realizamos obras de caridade, somos verdadeiros, evitamos o pecado, praticamos a justiça, ajudamos o outro em todas as suas necessidades. Quando temos fé autêntica, amamos a Deus com todo nosso ser e amamos nosso próximo como a nós mesmos. Certamente, todos os santos encontraram grandes dificuldades e desafios: enfrentaram dor, sofrimento, perseguição, pobreza, intolerância, incompreensão. No entanto, todos tiveram uma vida irrepreensível que os conduziu à realização e à felicidade. Todos foram fiéis ao Evangelho e, assim, aproximaram-se de Deus. Eram pessoas aparentemente comuns, como cada um de nós, mas venceram todas as suas limitações para servir a Deus e corresponder ao chamado à santidade. A vida dos recém canonizados São Carlo Acutis e São Pier Giorgio Frassati ilustra muito bem isso.

Os exemplos dos santos da história da Igreja mostram que todos podemos alcançar a santidade. Basta, para isso, viver intensamente a Boa-nova trazida por Cristo. É um desafio lançado a todos os cristãos no momento do batismo e renovado constantemente ao longo da vida, em cada Eucaristia. Nunca é tarde para mudar de atitude e lançar-se a uma vida nova. Aproveite o incentivo trazido pelos santos que festejamos ao longo do ano litúrgico e estabeleça novo projeto para sua vida, projeto guiado pelo Evangelho, pela fé, pela esperança e pelo amor que vem de Deus e transforma nosso ser. Vale a pena tentar!

Para recordarmos que todos podemos e devemos ser santos, somos convidados a reler a exortação do papa Francisco, na qual ele enfatiza, partindo das bem-aventuranças (Mt 5,3-12; Lc 6,20-22), que ser santo é: ser pobre no coração, reagir com humilde mansidão, saber chorar com os outros, buscar a justiça com fome e sede, olhar e agir com misericórdia, manter o coração limpo de tudo o que mancha o amor, semear a paz ao nosso redor, abraçar diariamente o caminho do Evangelho, mesmo que nos acarrete problemas. Ser santo é nadar contra a corrente! (cf. Gaudete et Exsultate, n. 63-94).

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