Dia Mundial do Enfermo: Cuidar dos doentes é preservar as relações humanas | Paulus Editora

Colunistas

Igreja e Sociedade

11/02/2024

Dia Mundial do Enfermo: Cuidar dos doentes é preservar as relações humanas

Por Jenniffer Silva

Há 32 anos, o papa João Paulo II instituiu o “Dia Mundial do Enfermo” para ser celebrado anualmente em 11 de fevereiro, festa de Nossa Senhora de Lourdes, padroeira dos doentes. A data pretende invocar à sociedade para à dignidade humana e acolhimento das pessoas que sofrem com fragilidades na saúde, sejam elas passageiras ou crônicas.

Em sua carta de instituição, São João Paulo II escreveu que a data nasceu para ser “um momento forte de oração, de partilha, de oferta do sofrimento pelo bem da Igreja e de apelo dirigido a todos para reconhecerem na face do irmão enfermo a Santa Face de Cristo que, sofrendo, morrendo e ressuscitando, operou a salvação da humanidade”, realçou.

Ao longo dessas três décadas, a Igreja católica esteve atenta às necessidades dos enfermos em cada tempo, um exemplo concreto é a intensa defesa e preocupação do papa Francisco para com essas pessoas, manifestados, sobretudo, em seus discursos oficiais.

Neste ano, novamente Francisco nos convida a um exame de consciência profundo: preservar a nossa relação com Deus, com os outros — familiares, amigos, profissionais de saúde —, com a criação e consigo mesmo, a partir do cuidado dos doentes.

Quando o Santo Padre invoca os fiéis a essa compreensão e compromisso, ele traz ao centro da temática os muitos doentes que precisam lidar não somente com as complicações clínicas de saúde, mas infelizmente, com os impactos emocionais da solidão, ocasionados pela falta de empatia da sociedade para com eles. Esses enfermos, muitas vezes, carregam consigo um sentimento de culpa por necessitar, não só de tratamento médico, mas também de ternura e carinho daqueles que estão à sua volta.

“Penso, por exemplo, em todos aqueles que permaneceram terrivelmente sós durante a pandemia de Covid-19: pacientes que não podiam receber visitas, mas também enfermeiros, médicos e pessoal auxiliar, todos sobrecarregados de trabalho e confinados em repartições isoladas. E não esqueçamos quantos tiveram de enfrentar sozinhos a hora da morte, assistidos pelos profissionais de saúde, mas longe das suas famílias”, lamentou o papa Francisco.

Enaltecendo a citação bíblica do livro do Gênesis 2, 18 “Não é conveniente que o homem esteja só”, o Pontífice ressalta que, em momentos de tal fragilidade, o primeiro e, mais necessário cuidado, é o da compaixão e ternura, espelhando-nos no Bom Samaritano que se aproximou do homem ferido com todo coração para cuidar daquilo que o machucava.

“Os doentes, os frágeis, os pobres estão no coração da Igreja e devem estar também no centro das nossas solicitações humanas e cuidados pastorais. Não o esqueçamos! E confiemo-nos a Maria Santíssima, Saúde dos Enfermos, pedindo-lhe que interceda por nós e nos ajude a ser artífices de proximidade e de relações fraternas”, recordou o papa Francisco

Que a partir deste Dia Mundial do Enfermo, ao nos aproximarmos também do tempo quaresmal, façamos este importante exame de consciência e tomemos como compromisso, para bem celebrarmos a Paixão do Senhor, o cuidado e a empatia integral aos doentes de nossas famílias, comunidade eclesial e toda a sociedade. Na obra: “Solidários na doença — subsídios para os doentes e agentes de pastoral da saúde”, contemplamos algumas das mais importantes orações e reflexões populares dessa relação com os enfermos a fim de nos prepararmos para os cuidados daqueles que mais precisam. Saiba mais.

 

 

nenhum comentário