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V. DEUS NO MEIO DO SEU POVO
A cidade sobre o monte -* 1 No dia dez do começo do ano vinte e cinco do nosso exílio, ou seja, catorze anos depois da tomada de Jerusalém, exatamente nesse dia, a mão de Javé pousou sobre mim, levando-me para Jerusalém. 2 Através de um êxtase, Javé me levou para a terra de Israel e me fez pousar num monte muito alto, sobre o qual havia uma cidade construída do lado sul. 3 Ele me fez entrar na cidade, e eu encontrei aí um homem que parecia de bronze. Tinha na mão um cordão de linho e uma vara de medir. O homem estava de pé junto ao pórtico. 4 Ele me disse: «Criatura humana, olhe e ouça bem, preste atenção a tudo o que lhe vou mostrar, pois você foi trazido aqui para que eu lhe mostrasse tudo. Depois você contará para a casa de Israel tudo o que viu».
A muralha externa - 5 Havia uma muralha externa que cercava o Templo por todos os lados. O homem tinha na mão uma vara de medir de seis côvados, de côvados equivalentes a um côvado e um palmo cada um. O homem mediu a muralha com a vara: tinha três metros de espessura e três metros de altura.
O pórtico oriental - 6 O homem foi até o pórtico, cuja frente olha para o leste. Subiu os degraus e mediu o limiar do pórtico: tinha três metros de profundidade. 7 O cubículo tinha três metros de comprimento e três de largura; o pilar entre os cubículos tinha dois metros e meio; o limiar do pórtico, junto ao vestíbulo do pórtico, para o lado de dentro, tinha três metros. 8 Mediu o vestíbulo do pórtico, do lado de dentro, e deu três metros. 9 Em seguida, ele mediu o vestíbulo do pórtico: quatro metros; e o seu pilar: um metro. O vestíbulo do pórtico ficava do lado de dentro. 10 Os cubículos do pórtico oriental eram três de um lado e três do outro, todos com a mesma medida. Os pilares também tinham a mesma medida, tanto de um lado como do outro. 11 Depois o homem mediu a entrada do pórtico: tinha cinco metros de largura; o comprimento do pórtico media seis metros e meio. 12 Diante dos cubículos havia um parapeito de meio metro, tanto de um lado como do outro; o cubículo tinha três metros de cada lado. 13 Mediu também a largura do pórtico, do fundo de um cubículo até o fundo do outro: era de doze metros e meio, com uma entrada em frente da outra. 14 O vestíbulo, que ele mediu, tinha dez metros. O pátio cercava o pórtico de todos os lados. 15 Desde a fachada do pórtico, junto à entrada, até a frente do vestíbulo do pórtico interior, eram vinte e cinco metros. 16 Havia janelas com grades nos cubículos e sobre os seus pilares, voltadas ao redor para o interior do pórtico; também havia janelas iguais em torno do vestíbulo, e palmeiras sobre os pilares.
O pátio externo - 17 Depois o homem conduziu-me para o pátio externo, onde havia câmaras abertas e um pavimento em torno do pátio. Havia ao todo trinta câmaras. 18 Ao lado dos pórticos ficava o pavimento, correspondendo à profundidade dos pórticos. Esse era o pavimento inferior. 19 Em seguida, ele mediu a largura do pavimento, desde a fachada do pórtico inferior até a fachada do pátio interno, pelo lado de fora: eram cinqüenta metros.
O pórtico do lado norte - 20 Depois ele mediu o comprimento e a largura do pórtico que olha para o norte, junto ao pátio externo. 21 Os seus cubículos eram três de cada lado. Seus pilares e vestíbulos tinham a mesma medida que o primeiro pórtico, isto é, vinte e cinco metros de comprimento e doze metros e meio de largura. 22 Suas janelas, o vestíbulo e as palmeiras tinham as mesmas dimensões que os do pórtico que olhava para o oriente. Subia-se até ele por sete degraus, e o seu vestíbulo ficava voltado para dentro. 23 O pátio interno tinha um pórtico fronteiro ao pórtico que olhava para o norte e ao pórtico que olhava para o oriente. Ele mediu a distância que havia de um pórtico até o outro: era de cinqüenta metros.
O pórtico do lado sul - 24 O homem conduziu-me para o lado sul, onde havia um pórtico voltado para o sul. Ele mediu seus cubículos, pilares e vestíbulos, que tinham a mesma dimensão. 25 O pórtico e o vestíbulo tinham janelas ao redor com as mesmas medidas que as outras, isto é: vinte e cinco metros de comprimento e doze metros e meio de largura. 26 A sua escada tinha sete degraus. O vestíbulo ficava para dentro, com uma palmeira de cada lado nos pilares. 27 Havia um pórtico no pátio interno, voltado para o sul. A distância de pórtico a pórtico, na direção sul, era de cinqüenta metros.
O pátio interno e o pórtico do lado sul - 28 Então o homem conduziu-me para o pátio interno, pelo pórtico do lado sul. Ele mediu o pórtico, e tinha a mesma medida. 29 Os cubículos, os pilares e o vestíbulo tinham também a mesma medida dos anteriores. Tanto o pórtico como os seus vestíbulos tinham janelas ao redor, com vinte e cinco metros de comprimento e doze metros e meio de largura. 30 Os seus vestíbulos em toda a volta mediam doze metros e meio de comprimento e dois metros e meio de largura. 31 O pátio externo tinha um vestíbulo com palmeiras sobre os pilares, e a sua escada possuía oito degraus.
O pórtico oriental - 32 Então o homem conduziu-me até o pátio interno que dava para o oriente. Ele mediu o pórtico, que tinha a mesma medida dos outros. 33 Os cubículos, os pilares e o vestíbulo também apresentavam a mesma medida. O pórtico e seu vestíbulo tinham janelas ao redor, medindo vinte e cinco metros de comprimento e doze metros e meio de largura. 34 O seu vestíbulo dava para o pátio externo e tinha palmeiras nos seus pilares, de um lado e do outro; sua escada tinha oito degraus.
O pórtico do lado norte - 35 Em seguida, o homem conduziu-me para o pórtico do lado norte e o mediu, obtendo as mesmas dimensões. 36 Os cubículos, os pilares e o vestíbulo também tinham a mesma dimensão. O pórtico tinha janelas ao redor, medindo vinte e cinco metros de comprimento e doze metros e meio de largura. 37 O seu vestíbulo dava para o pátio externo e tinha palmeiras nos seus pilares, de um lado e do outro; sua escada tinha oito degraus.
Anexos dos pórticos - 38 Havia uma câmara com a entrada no vestíbulo do pórtico. Aí era lavado o holocausto. 39 No vestíbulo do pórtico se encontravam duas mesas de um lado e duas do outro, para a imolação do holocausto, do sacrifício pelo pecado e do sacrifício de expiação. 40 Do lado de fora de quem subia pela entrada do pórtico, na direção do norte, estavam duas mesas, e do outro lado do vestíbulo também havia duas mesas. 41 Havia assim quatro mesas de um lado e quatro do outro, junto ao pórtico, ou seja, ao todo oito mesas em que se fazia a imolação. 42 Além disso, havia quatro mesas para o holocausto, feitas de pedras de cantaria, cujo comprimento era de setenta e cinco centímetros, a largura de setenta e cinco centímetros e a altura era de meio metro. Sobre essas mesas eram depositados os instrumentos com que eram imolados o holocausto e o sacrifício. 43 Pelo lado de dentro, ao redor, havia rebordos de um palmo de comprimento. Sobre as mesas ficava a carne da oblação.
44 Depois o homem conduziu-me para o pátio interno, onde havia duas câmaras: uma, do lado do pórtico norte, olhava para o sul; a outra, do lado do pórtico sul, olhava para o norte. 45 O homem disse-me: «Essa câmara, que olha para o sul, é reservada aos sacerdotes que fazem o serviço do Templo. 46 A câmara que olha para o norte pertence aos sacerdotes que fazem o serviço do altar. Eles são os filhos de Sadoc que, dentre os filhos de Levi, se aproximam de Javé para o servirem».
47 Ele mediu em seguida o pátio: era quadrado e tinha cinqüenta metros de comprimento por cinqüenta de largura. E o altar ficava diante do Templo.
O vestíbulo do Templo - 48 Depois o homem conduziu-me para o vestíbulo do Templo, e mediu os pilares do vestíbulo. Tinha dois metros e meio de um lado e dois metros e meio do outro; a largura do pórtico tinha um metro e meio de um lado e do outro. 49 O comprimento do vestíbulo era de dez metros, e a largura media seis metros. Havia dez degraus para subir até ele. Junto aos pilares havia colunas, uma de cada lado.
Os capítulos 40 a 48 mostram essa vida como realização do projeto de Javé para todos aqueles que se comprometem com ele. Apoiado na fé, o profeta contempla essa vida futura, apresentada simbolicamente na forma de uma nova Jerusalém. Esta, na verdade, nada mais é do que um Templo para onde Javé retorna, a fim de viver no meio do seu povo e dar-lhe vida.
Ezequiel começa salientando que Javé abandona a sociedade corrupta, para não ser cúmplice dela (10,18-22). E o livro termina apresentando o retorno de Javé para o meio do seu povo, a fim de construir com ele a cidade da justiça e da vida: «A partir desse dia, o nome da cidade será: Javé está aí».
Esta parte do livro serviu de inspiração para os capítulos finais do Apocalipse de João (cf. Ap 21,1-22,5 e notas).