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Bíblia Sagrada - Edição Pastoral
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III. A SABEDORIA DIRIGE A HISTÓRIA

 

1. A sabedoria nas raízes do povo

1* A sabedoria protegeu o pai do mundo, o primeiro homem formado por Deus e que foi criado sozinho. Ela o libertou de sua própria queda, 2 e lhe deu força para dominar todas as coisas, 3 mas um injusto se afastou dela com sua cólera e pereceu na sua própria ira fratricida. 4 Por causa dele, a terra foi inundada, mas a sabedoria de novo o salvou, conduzindo o justo numa frágil embarcação.

5 Quando as nações aderiram à maldade e foram confundidas, ela reconheceu o justo e o conservou sem mancha diante de Deus e o manteve forte, apesar da sua ternura pelo filho. 6 E enquanto os ímpios pereciam, ela salvou um justo em fuga diante do fogo que caía sobre cinco cidades. 7 Como testemunho dessa gente perversa, resta ainda uma terra deserta e fumegante, junto com árvores de frutos que não amadurecem, e a estátua de sal que se ergue como lembrança de uma alma incrédula. 8 Porque, desprezando a sabedoria, não só se prejudicaram ignorando o bem, mas deixaram para os insensatos uma lembrança de sua insensatez, para que suas faltas não ficassem escondidas.

9 A sabedoria, porém, libertou dos sofrimentos os seus fiéis. 10 Por caminhos planos, ela guiou o justo, que fugia da ira do irmão, mostrou-lhe o reino de Deus e lhe revelou as coisas santas. Deu-lhe sucesso em suas fadigas e multiplicou os frutos do seu trabalho. 11 Ela o protegeu contra a cobiça de seus adversários e o tornou rico. 12 Ela o guardou de seus inimigos e o defendeu de todos os que lhe armavam ciladas. Deu-lhe a vitória numa dura luta, para lhe mostrar que a piedade é mais forte do que tudo.

13 A sabedoria não abandonou o justo que tinha sido vendido, e o preservou do pecado. 14 Ela desceu com ele à cisterna, e não o abandonou na prisão, até conseguir para ele o cetro real e o poder sobre seus próprios adversários. Desmascarou os que o caluniavam e lhe deu fama perene.

2. A sabedoria constrói a libertação

Da escravidão para a liberdade -* 15 A sabedoria libertou de uma nação de opressores um povo santo, uma raça irrepreensível. 16 Ela entrou na alma de um servo do Senhor e, com prodígios e sinais, enfrentou reis temíveis. 17 Deu aos santos a recompensa pelos sofrimentos que tinham passado, e os guiou por um caminho maravilhoso. Tornou-se para eles abrigo durante o dia e esplendor de estrelas durante a noite. 18 Ela os fez atravessar o mar Vermelho e os guiou através de águas impetuosas. 19 Fez com que seus inimigos se afogassem, e depois vomitou-os das profundezas do mar. 20 Desse modo, os justos despojaram os injustos, e celebraram o teu santo nome, Senhor, louvando juntos o teu braço protetor. 21 Porque a sabedoria abriu a boca dos mudos e soltou a língua dos pequeninos.




* 10,1-14: O autor passa rapidamente pela história dos antepassados, aludindo às figuras de Adão, Caim, Noé, Abraão, Ló, Jacó e José. Sua intenção é mostrar que a sabedoria já estava presente nas raízes da humanidade e do povo de Israel, para construir o projeto de Deus na história. Nas personagens mais ou menos lendárias do seu passado, o povo encontra os traços fundamentais que forjaram seu caráter e animaram sua luta pela vida.



* 10,15-11,14: O êxodo é o acontecimento fundante de toda a Bíblia. Ele marca a origem do povo, a partir da libertação, quando ele começou a construir uma sociedade justa, abrindo novo caminho na história. É importante notar a visão diferenciada que o autor tem de um mesmo acontecimento: enquanto o sofrimento do povo liberta e é uma oportunidade de correção e construção, o sofrimento que recai sobre o opressor é severa advertência e mostra que este, não se convertendo, caminha para a destruição.






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