24 de novembro: Cristo Rei | Paulus Editora

O Domingo
24 de novembro: Cristo Rei

QUE REINO QUEREMOS?

A solenidade de Cristo Rei, neste último dia do ano litúrgico, sempre coloca, frente a frente, dois reinos. Tanto Pilatos, que pergunta pelo reino de Jesus, quanto o ladrão crucificado ao lado do Mestre fazem pouco do seu reino. Para o primeiro, ser rei significa governar com força, com tirania, com violência, por meio de exércitos bem armados. Para o outro, ser rei significa comandar, executando atos mágicos, controlando os elementos da natureza, tudo em benefício próprio.

É aí que aparece Jesus. Jesus não é apenas um homem bem-intencionado. Ele é Deus! Deus que se faz humano para mostrar às pessoas o que é ser humano. A vida, a prática de Jesus, suas palavras e gestos explicitam o extremo significado do que é o humano. O ponto de chegada do humano é o próprio Deus. A prática de Jesus espelha o que Deus entende por humano.

Hoje já não há disputa entre os exegetas: o cerne da vida, da mensagem e da morte de Jesus é o reino. Em outras palavras, ele é o reino andando e falando entre nós. Somos levados a entender e assumir esse reino; para isso, porém, faz-se necessária profunda conversão. Ele só pode ser vivido quando abrimos mão dos valores do reino de Pilatos e do ladrão, dos sistemas econômicos que oprimem, da produção e do consumo de desejos que matam os pequenos e a natureza.

A animação das vivências deste mundo, da ordem temporal, é dever de cada batizado, mas, particularmente, dos fiéis cristãos leigos e leigas (cf. Lumen Gentium 31-38). Eles devem assumir suas responsabilidades na edificação daquele reino; devem viver à luz do paradoxo de um reino cujo rei é um crucificado; devem ser sinal de que o reino de Deus é não só uma possibilidade, mas uma necessidade. Ele se constrói na humildade daquele que, sendo tudo, de tudo se desfez por nós, mostrando-nos qual deve ser a nossa prática. Por isso, ele é o rei do universo e o paradigma de toda a nossa prática, de toda a nossa vida.

Carlos Signorelli

Membro da Comissão de Assessoria Permanente do CNLB


O Domingo

É um periódico que tem a missão de colaborar na animação das comunidades cristãs em seus momentos de celebração eucarística. Ele é composto pelas leituras litúrgicas de cada domingo, uma proposta de oração eucarística, cantos próprios e adequados para cada parte da missa e duas colunas, uma reflete sobre o evangelho do dia e a outra sobre temas relacionados à vida da Igreja.

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