Ao longo de mais de dez dias, os olhos do mundo estiveram voltados para a nossa Amazônia. No pulmão do planeta, líderes mundiais se reuniram para discutir como cuidar da nossa “casa comum”.
No coração da floresta, o encontro ganhou um significado ainda maior. No centro das discussões, representantes dos povos originários foram a voz que nos inspira a aprender a contemplar e respeitar a natureza.
Do outro lado, 195 países buscavam a harmonia necessária para superar interesses individuais e compreender aquilo que, de fato, garantirá a vida das próximas gerações.
Realizada pela primeira vez em 1995, na Alemanha, a COP reúne anualmente líderes mundiais, cientistas e representantes da sociedade civil para discutir e definir ações globais contra as mudanças climáticas.
Como Igreja, também estivemos representados pela mensagem especial enviada ao encontro: o papa Leão XIV afirmou: “Em um mundo em chamas, tanto pelo aquecimento global quanto pelos conflitos armados, esta Conferência deve se tornar um sinal de esperança. Se vocês querem cultivar a paz, cuidem da Criação.”
Há muitos anos, especialmente desde maio de 2015, quando o papa Francisco publicou a encíclica Laudato Si’, a pauta ecológica passou a ocupar espaço também nos altares.
Este importante documento deixado por Francisco foi, inclusive, mencionado em 8 de maio pelo presidente designado da COP30, André Aranha Corrêa do Lago, como uma bússola ética e um guia pragmático para a mobilização global em torno da Conferência.
Ao refletirmos sobre as palavras de Francisco e tantas outras ações realizadas desde então, concluímos que a temática é urgente, pois tudo está interligado.
A COP30 ficará marcada como uma conferência de forte simbolismo e compromissos mais concretos. Se Belém conseguiu colocar o mundo diante da urgência amazônica, o desafio agora é transformar acordos em realidade. A partir desta edição, o planeta parece ter deixado de discutir se deve agir para debater como e em que velocidade precisa mudar.
O legado da COP30 é uma convocação global: a transição climática não é uma opção, mas uma necessidade imediata.