São Benedito, confessor | Paulus Editora

Santo do dia

31/03/2024

São Benedito, confessor

31-marBenedito, nascido em 1526 em São Filadelfo, nos arredores de Messina, era filho de pais descendentes de escravos levados para a Sicília — casal de extraordinária piedade. Era o primogênito da família e foi libertado pelo professor siciliano Manasseri. Manifestou desde os 10 anos pronunciada tendência para a penitência e a solidão. Foi chamado o santo Mouro, por causa de sua cor preta.

Guardando rebanhos, entregava-se à oração; os maus-tratos que recebia dos companheiros foram a ocasião para se voltar com mais fervor para Jesus, fonte de toda consolação. Aos 18 anos, com o fruto de seu trabalho, provia a si mesmo e aos pobres. Um jovem senhor, Jerônimo Lanza, vendo como o tratavam seus companheiros por causa de sua piedade, chamou-o para o eremitério em que vivia, e ele o seguiu; tinha então 21 anos.

A vida de Benedito tornou-se exercício contínuo de todas as virtudes e Deus lhe concedeu o dom de operar milagres. Isso fez com que os eremitas deixassem o eremitério dos arredores de Messina e fossem para os rochedos de Montepelegrino, na vizinhança de Palermo. Após a morte de Jerônimo, os eremitas escolheram Benedito para superior; mas como Pio IV tivesse tirado a autorização dada por Júlio III, Benedito e os seus eremitas, pessoas obedientes, se separaram. Dirigiu-se Benedito aos frades menores da Observância no Convento de Santa Maria de Jesus, onde foi recebido como simples irmão leigo. Depois de ter sido mandado para o Convento de Sant’Ana de Giuliana, onde viveu por três anos, voltou para Santa Maria de Jesus, onde passou o resto de sua vida.

Apenas chegado a Santa Maria, foi encarregado da cozinha pelo Superior. Realizou Deus aí, por seu intermédio, diversos milagres. Em 1578, o capítulo geral o nomeou Guardião. Como não soubesse nem ler nem escrever, suplicou que afastassem dele esse cargo, no que não foi atendido, apelando-se para a santa obediência. A sua conduta no cargo justificou plenamente a escolha dos superiores. Foi respeitoso para com os padres, caridoso para com os irmãos leigos, condescendente para com os noviços e foi por todos respeitado, amado e obedecido, sem que ninguém tentasse abusar de sua humildade. Sua confiança na Providência foi sem limites: recomendara ao porteiro jamais recusar esmolas aos pobres que se apresentassem. Dava a seus religiosos o exemplo de todas as virtudes. Era sempre o primeiro no coro e nos exercícios da comunidade, o primeiro na visita aos doentes e no trabalho manual. Na direção do noviciado demonstrou grande doçura e consumada prudência; os noviços tiveram nele guia seguro, pai cheio de ternura e excelente mestre da Escritura, cujas leituras do Ofício lhes explicava com surpreendente facilidade.

São Benedito tinha manifestamente o dom da ciência infusa, acontecendo-lhe de dar respostas luminosas a mestres em teologia que o vieram consultar. A este dom unia também o da penetração dos espíritos e dos corações.

Terminado o tempo de seu cargo, voltou novamente ao ofício de cozinheiro, felicíssimo por reencontrar a vida obscura e oculta, objeto de todos os seus desejos.
Em 1589 caiu gravemente doente, e Deus lhe revelou que seu fim estava próximo. Na recepção dos últimos sacramentos experimentou como que um antegozo das alegrias celestes. Morreu docemente no dia 4 de abril.

Extraído do livro:
Um santo para cada dia, de Mario Sgarbossa e Luigi Giovannini.