Santa Catarina de Gênova, religiosa | Paulus Editora

Santo do dia

21/05/2024

Santa Catarina de Gênova, religiosa

21-05Catarina, chamada pelos contemporâneos Catarininha, nasceu em Gênova em 1447, filha de Francisca di Negro e Tiago Fieschi, então vice-rei de Nápoles sob Renato de Anjou. Os Fieschi tinham dado à Igreja dois papas (Inocêncio IV e Adriano V) e com os Grimaldi chefiavam o partido guelfo. Quando completou 16 anos de idade, seus pais deram-na como esposa ao guibelino Juliano Adorno, não obstante ela ter pedido, três anos antes, para tornar-se cônega lateranense como sua irmã Limbânia. A vida desregrada e imoral de Juliano (que tinha cinco filhos naturais) influenciou negativamente

Catarina, que embasou os primeiros anos de seu matrimônio no autobiográfico Diálogo da chamada Catarininha entre a alma e o corpo. Junto com o amor próprio reduzido depois ao espírito com a humanidade.

A santa imagina uma alma fazendo com o corpo este trato: “Sairemos pelo mundo, e se eu encontrar coisa de que gosto, desfrutá-la-ei, e tu farás o mesmo quando encontrares algo de que gostas, e quem encontrar mais gozará mais”. Mas a aliança entre o corpo e o amor próprio, logo reduz a alma a mau partido: “À alma não ficou senão pequeno remorso, do qual, porém, nem fazia caso… Esta pobre alma, em pouco tempo se encontrou tão cheia de pecados e ingratidão nas costas, sem ver nenhuma saída, tanto que ficava fora de cogitação qualquer solução”. Então exclama: “Pobre de mim, quem me livrará de tantos ais? Só Deus o pode! Senhor, fazei com que eu veja a luz, para que possa sair de tantos laços”.

Tiveram início então suas experiências interiores nas quais Catarina se inspirou para outra famosa obra, o Tratado do Purgatório, cujo prólogo a declarava “colocada no purgatório do incendiado amor divino, que a queimava toda e purificava-a de tudo o que tinha a purificar”. Catarina concretizou o seu desejo de renovação espiritual na mortificação e na caridade.

Foi ela que estimulou Heitor Vernazza a transformar a companhia da Misericórdia em Companhia (e depois Oratório) do Divino Amor, iniciativa que se difundiu também em Roma e em Nápoles e que teve como “sócios” são Caetano de Thiene e o futuro Paulo IV. Era a realização de tudo o que escrevera no Diálogo: “Não se encontra caminho mais breve, nem melhor, nem mais seguro para a nossa salvação do que esta nupcial e doce veste da caridade”.

Extraído do livro:
Um santo para cada dia, de Mario Sgarbossa e Luigi Giovannini.