Bem-aventurada Gisela, rainha e abadessa | Paulus Editora

Santo do dia

28/03/2024

Bem-aventurada Gisela, rainha e abadessa

28-marNasceu Gisela por volta de 985, filha do duque bávaro, Henrique, o Briguento, e de sua esposa, Gisela da Borgonha. Foi a irmã mais nova de Henrique II, de Bruno, depois bispo de Augsburgo e de Brígida, futura abadessa de Mittelmuenster. Por seus antepassados, Gisela se relacionou com a Baviera, com a Alemanha e com a Hungria; por isso, alcançou especial importância.
Na sua História da Hungria conta Homann: “ … também Gisela quis tomar o véu, quando em 996 os emissários de Geiza da Hungria vieram a Regensburgo e a pediram como esposa para Estêvão, filho de Geiza. O duque bávaro Henrique, aluno do santo bispo Wolfgango, recebeu com alegria os emissários. Gisela renunciou ao esposo celeste e mudou-se para a corte principesca húngara para multiplicar o povo de Cristo”. Certamente antes celebraram-se as bodas no castelo de Scheyern, como quer a tradição, no ano 1000. Na festa da Assunção, Gisela foi coroada e ungida primeira rainha cristã dos húngaros e com ela o seu marido. Estêvão, de fato, converteu-se ao cristianismo por influência de sua esposa. Por influência dela ainda Estêvão via na obra de conversão dos seus súditos a tarefa principal do seu reinado. Sem a colaboração da rainha, não se poderia explicar o sucesso dos seus esforços.
Gisela ajudou na construção e no acabamento de igrejas. Construiu a catedral de Vezprim, à qual doou ricos feudos. Mandou vir escultores da Grécia com o encargo de embelezarem as igrejas de Belgrado e Buda Velha. A rainha também interveio na história dos povos: pelo casamento de Estêvão com a irmã do duque da Baviera e mais tarde imperador alemão, Henrique II, foi a Hungria conquistada para a Igreja de Roma e enquadrada na cultura do oeste europeu. As relações com a Baviera mantiveram-se até o século XX.
A piedosa rainha teve de fazer grandes sacrifícios. Deus lhe levou o primeiro filho e logo mais uma filha. Duas seguiram os maridos para terras longínquas, e jamais as reviu. Seu filho Américo, que deveria ser o sucessor no trono real, faleceu; mais tarde foi canonizado. A 15 de agosto de 1038, festa da Assunção de Maria, à qual consagrara o país, faleceu o marido Estêvão, que, com o filho, foi canonizado em 1083. Após essa morte, a viúva foi exposta indefesa às mais graves hostilidades da parte dos húngaros nacionalistas pagãos. Confiscaram-lhe os bens, proibiram-lhe corresponder-se com parentes em países estrangeiros; enfim, prenderam-na e a maltrataram. Depois de vários anos de prisão, foi libertada por Henrique III, em 1042.
Gisela voltou para a Baviera e se faz beneditina no Mosteiro de Niedernburg, perto de Passau, que Henrique II elevara à dignidade de abadia principesca (isto é: a abadessa eleita era automaticamente princesa do império alemão) em 1010. Não podiam passar desapercebidas as qualidades espirituais e morais desta mulher cheia de prudência e experiência: foi eleita terceira abadessa-princesa, governando a abadia até 7 de maio de 1065, quando morreu, sendo enterrada na capela de Parz da igreja abacial; a laje original ainda se conserva.
Logo após sua morte, vieram peregrinos de todos os recantos, crescendo as romarias no decurso dos séculos.

Extraído do livro:
Um santo para cada dia, de Mario Sgarbossa e Luigi Giovannini.