
Entenda o significado das relíquias na tradição católica, sua classificação e o que a Bíblia e a Igreja dizem sobre sua veneração
As relíquias dos santos ocupam um lugar importante na tradição da Igreja Católica, pois são sinais concretos da ação de Deus na vida de homens e mulheres que viveram o Evangelho de forma exemplar.
A palavra relíquia significa “algo precioso” ou “objeto de grande valor”. Na fé cristã, ela não aponta para si mesma, mas para Deus, sendo um testemunho silencioso de vidas transformadas pela graça.
Ao longo da história da Igreja, inúmeros fiéis relataram graças alcançadas por meio da veneração das relíquias, sejam partes do corpo dos santos ou objetos que estiveram em contato com eles.
As relíquias dos santos são sinais materiais ligados a pessoas que viveram a santidade. Elas recordam que o corpo humano, templo do Espírito Santo, participa da redenção e da promessa da ressurreição.
Durante o mais novo episódio do PAULUSCast, Fábio Tucci Farah, especialista em relíquias, recordou a fé dos primeiros cristãos nesses fragmentos como forma de estarem mais próximos de Deus:
“A relíquia era o tato: as pessoas tocavam nas relíquias, ou seja, na própria santidade. Isso motivou milhões de pessoas a atravessarem zonas perigosas para chegar ao túmulo de São Tiago, em uma região dominada pelos muçulmanos. Se eu estiver perto de uma relíquia de um santo, estarei mais próximo de Cristo”, contou.
A Igreja Católica classifica as relíquias em três graus, conforme sua relação com o santo:
Relíquias de 1º grau
São partes do corpo do santo, como ossos, cabelos, unhas ou fragmentos corporais.
Relíquias de 2º grau
São objetos de uso pessoal do santo, como roupas, cajados, livros ou instrumentos ligados à sua vida de fé.
Relíquias de 3º grau
São tecidos ou objetos que tocaram uma relíquia de 1º ou 2º grau, incluindo o próprio relicário.
Acompanhe o episódio completo do PAULUSCast, com a entrevista na íntegra sobre o tema.
O que a Bíblia diz sobre as relíquias?
A Sagrada Escritura apresenta episódios que ajudam a compreender a importância desses sinais materiais na fé.
Atos 19,11-12 relata que objetos que tocaram São Paulo eram levados aos enfermos, e muitos eram curados.
Mateus 9,20-22 narra a cura da mulher que tocou a túnica de Jesus com fé.
Não. As relíquias não possuem poder mágico. Elas são sacramentais da Igreja, ou seja, sinais que conduzem o fiel à oração, à conversão e à confiança em Deus.
Como explica o especialista em relíquias Fábio Tucci Farah, no PAULUSCast:
“A relíquia é um sacramental da Igreja. Ela não tem um poder mágico. As relíquias devem conduzir o nosso olhar a Deus.”
As relíquias ajudam porque recordam que a santidade é possível e concreta. Elas aproximam os fiéis do testemunho dos santos e fortalecem a esperança em Cristo.