Título: Espinosa e Vermeer
Autora: Sara Hornäk
Coleção: Philosophica
Acabamento: costurado
Formato: 13,5 cm x 21 cm
Paginas: 448
Áreas de interesse: Filosofia e Ciências Humanas

A teoria da imanência, eixo gravitacional do pensamento de Baruch Espinosa, é agora estudada também a partir da arte. Essa abordagem inovadora constitui um grande desafio traçado pela estudiosa Sara Hornäk em Espinosa e Vermeer – Imanência na filosofia e na pintura, lançamento da PAULUS.

Partindo da reconstrução das cinco partes de Ética, obra-prima do filósofo holandês, o livro investiga a questão da imanência e como se apresenta a disposição das relações entre o homem e as coisas que o cercam, bem como as afinidades entre o modo de pensar e de expressar-se de Espinosa e aquele exercido em outro domínio: o da arte.

A obra foca, primeiramente, no filósofo e na sua teoria, além de abordar, entre outros assuntos, os aspectos históricos da palavra “imanência”, tema principal deste estudo. Somente após essa análise o leitor é convidado a examinar a imanência nas pinturas de Vermeer, o que proporciona total embasamento para compreender duas áreas aparentemente distintas, mas que, neste título, se mostram inteiramente relacionadas.

Segundo a autora, a temática dá ensejo ao estabelecimento de uma relação entre as obras de dois indivíduos que viveram na Holanda do século XVII, onde foram quase contemporâneos. “Com os olhos postos na imanência, nosso interesse versará basicamente sobre a relação entre arte e filosofia. Salientando o parentesco entre uma e outra, também se demonstrará em que medida Espinosa confere uma nova disposição ao filosofar”, explica.

Sara ressalta que o filósofo nos fala de uma renúncia irrestrita a todas as categorias de relação transcendente, alertando que, tal como na filosofia, a imanência se mostra na arte não só pela temática pictórica, mas pela expressão nos próprios recursos utilizados. “Se Vermeer dá as costas à representação de motivos bíblicos, voltando-se para temas que aparentemente são do cotidiano, com isso ele faz lembrar a substância de Espinosa, o seu conceito de infinitude ou de eternidade, na imagem expressa por meio de forma, cores e luz”, afirma.

Dividida em três partes, a obra oferece uma análise detalhada sobre a principal teoria de Espinosa e aponta que, por meio de imagens como o leite sendo despejado, a leitura de uma carta ou o reflexo da luz em um brinco de pérola, as telas de Vermeer constituem a própria imanência.

O livro conta ainda com índices bibliográfico e onomástico. Aliados à série de ilustrações dos quadros pintados por Vermeer, os elementos ajudam o leitor no entendimento do assunto proposto e incentivam seu aprofundamento na temática.

Espinosa e Vermeer – Imanência na filosofia e na pintura pertence à coleção Philosophica, conhecida por publicar obras de grande utilidade para estudantes, professores, profissionais da área e acadêmicos, além de reunir autores renomados internacionalmente.

Sara Hornäk, aproximando a filosofia de Espinosa a obra de Vermeer, demonstra como esses dois gênios da expressão humana captaram e deram forma, um pela palavra e o outro pela imagem, à ideia de imanência, ao transformarem reflexões filosóficas e pictóricas anteriores, relativas à representação que o homem fazia do mundo e de si mesmo. A pedra de toque é, para a autora, a noção de potência.