Maria e as Marias nos cárceres – Mulheres atrás das grades | Paulus Editora

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21/05/2018

Maria e as Marias nos cárceres – Mulheres atrás das grades

Por Imprensa

Ficha Técnica
Título: Maria e as Marias nos cárceres
Org.: Pastoral Carcerária Nacional
Acabamento: Brochura
Coleção: Avulso
Formato: 13.5 (larg) x 21 (alt)
Páginas: 88
Área de interesse: Pastoral

Formação para agentes da pastoral carcerária

De 2005 a 2013, houve um aumento de 567% no número absoluto de mulheres presas. Ao mesmo tempo, a proporção de condenadas por crime de drogas saltou de 49%, em 2005, para 61%, em 2013. Delas, 61% são negras, 58% são analfabetas e 90% são mães que atualmente representam 7% da população carcerária brasileira.

Quem são e de onde provêm essas mulheres, que cada vez mais enchem os presídios brasileiros? Este livro tem como finalidade colocar-se junto à mulher presa. Para isso, por meio de uma formação, procura ajudar as pessoas que realizam a Pastoral Carcerária. A obra mostra parte da realidade da vida de milhares de mulheres presas, sofrendo todo tipo de abandono, descaso, desrespeito etc. por parte das autoridades nesse âmbito.

De acordo com o Coordenador Nacional da Pastoral Carcerária no Brasil, Pe. Valdir João Silveira, o trabalho com as mulheres encarceradas iniciou-se em 1997, em São Paulo, com a voluntária da Pastoral Carcerária (PCr) Heidi Ann Cerneka. “Naquela época, havia pouca gente dando atenção às questões das mulheres encarceradas, tanto dentro dos presídios como na sociedade civil. Dentro da PCr, quem fazia pastoral com as mulheres simplesmente fazia pastoral com outros grupos de presos que, por acaso, eram mulheres. Heidi iniciou essa atividade, levando a questão das mulheres presas às reuniões e assembleias da Pastoral Carcerária e despertando estudos, reflexões e organizações de trabalhos’, diz.

Pe. Valdir explica como a PCr avançou e ganhou forças com diversos apoios. “Fomos denunciar como o Brasil vinha tratando as mulheres encarceradas na Comissão Interamericana de Direitos Humanos, em Washington. Depois disso, o Governo Federal instituiu um Grupo de Trabalho Interministerial sobre Mulheres Encarceradas, com a participação da PCr e várias parcerias da sociedade civil e do Estado”, conclui.

Hoje a Coordenadora Nacional para a Questão da Mulher Presa é a Irmã Petra Silvia Pfaller, religiosa e advogada em Direitos Humanos da pessoa encarcerada. Ela vem realizando encontros de formação pelo Brasil e encontros regionais, com média de 90 pessoas participantes, inclusive de entidades parceiras, com o objetivo de criar equipes locais que, junto a Coordenação Nacional, atuam nas realidades concretas.

Este livro é fruto dessa atividade de formação e também fruto de um longo trabalho de reflexão e parcerias que se edificaram, fundamentalmente, no contato, na escuta da mulher presa, da mulher mãe de presos e da mulher esposa de presos. A obra traz dados com o objetivo de colaborar na formação do agente. “De 2005 a 2013, houve um aumento de 567% no número absoluto de mulheres presas. Ao mesmo tempo, a proporção de condenadas por crime de drogas saltou de 49%, em 2005, para 61%, em 2013. Delas, 61% são negras, 58% são analfabetas e 90% são mães que atualmente representam 7% da população carcerária brasileira. Isso corresponde a 37.380² presas, o que colocou o Brasil no quinto lugar do mundo em prisão de mulheres”.

Além da apresentação e introdução, a obra traz assuntos acerca da “Mística e espiritualidade”; “Saúde no sistema priosional”; “Maternidade no cárcere”; “A população LGBT no cárcere”; “Mulheres estrangeiras e indígenas no cárcere”; “Tortura no cárcere feminino” e “Justiça Restaurativa na Pastoral Carcerária”.