Na sexta-feira (23/03), diversas pessoas, entre sacerdotes, religiosos, acadêmicos e estudiosos do pensamento do papa emérito Bento XVI, prestigiaram o lançamento do livro Bento XVI, a Igreja Católica e o “espírito da modernidade”: uma análise da visão do Papa teólogo sobre o “mundo de hoje”. O evento, organizado pela livraria da Praça da Sé, foi realizado no Mosteiro de São Bento, na capital paulista.

O autor do livro, Dr. Rudy Albino de Assunção, professor no Centro Universitário Católica de Quixadá (CE), ministrou uma conferência sobre os temas apresentados em sua obra.  Entre os diversos aspectos expostos, o autor ressaltou que o pensamento e o magistério de J. R. Ratzinger não é antimoderno, pois sua postura é um “sim crítico” frente à modernidade. “A Igreja não pode oferecer um abraço largo e sem critério de discernimento a tudo o que é moderno nem deve se isolar num gueto, mas necessita reutilizar o que de bom emergiu com a modernidade”, afirmou o autor.

Segundo Rudy, não se pode afirmar que Bento XVI se opõe à existência do Concílio Vaticano II, uma vez que ele recolheu e aprofundou a herança reformadora do Concílio, apontando caminhos para a sua permanente aplicação, em continuidade com a tradição da Igreja.

Rudy Albino é reconhecido como um dos principais especialistas do pensamento teológico de Joseph Ratzinger. A obra é fruto de sua tese de doutorado e oferece um exame não apenas do teólogo que se tornou papa, mas do papa que nunca deixou de ser teólogo. Assunção alicerça seu estudo no principal recurso analítico da sociologia da religião de orientação weberiana: a secularização. O autor põe em xeque a dúvida que gera discussões entre muitos católicos: para Ratzinger, a palavra modernidade fere ainda os ouvidos da Igreja?

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