Por causa da nossa condição humana marcada pela finitude, há qualquer coisa em nós que tem sede do eterno. Sabemos que um dia tudo passará – “céus e terra passarão” – e nós também passaremos. Com a pandemia do coronavírus e tantas outras doenças, a morte tem se tornado a manchete cotidiana. Por isso, a vida nos põe à prova todo dia. Não vale a pena perder tempo, em nossa curta travessia, com ideias fixas e mente orgulhosa.
O Evangelho de hoje ensina que o propósito da verdadeira religião é nos religar ao eterno. É nos tornar amorosos. A religião jamais deveria nos sufocar. Se temos a garantia, pela fé, de que, quando tudo isso terminar, seremos plenamente felizes no céu, pela fé também sabemos que o céu começa agora.
O céu é amar. Trata-se daquele amor ágape, que ama sem esperar nada em troca. Quem ama não perde tempo com o ódio, porque o ódio é a ruína. O verdadeiro sentido da existência consiste no amor. É o amor que faz nossos olhos brilhar, mesmo diante de pessoas tóxicas e um mundo cinzento. Uma vida sem amor não tem gosto nem graça.
O amor de Jesus, porém, é ação. Isso vale para todas as instâncias da vida e, especialmente, para a vivência religiosa. “Não quero uma Igreja preocupada com ser o centro e que acaba presa num emaranhado de obsessões e procedimentos”, exorta o papa Francisco (EG 49).
Quem ama não se permite insensibilidade e frieza. O mundo, por vezes, faz jogo sujo para nos anestesiar diante de realidades que nos pedem atitude. O amor não tolera inércia diante do outro humilhado na própria carne por ser pobre, migrante, encarcerado ou diferente.
Nosso modelo de amor é Jesus Cristo. Ele passou pelo mundo fazendo o bem a todos, sobretudo aos mais indefesos e considerados por muitos desmerecedores de amor. Nele, Deus estabeleceu conosco um laço de amor tão forte, que ninguém é capaz de desfazê-lo.
Pe. Antonio Iraildo Alves de Brito, ssp
É um periódico que tem a missão de colaborar na animação das comunidades cristãs em seus momentos de celebração eucarística. Ele é composto pelas leituras litúrgicas de cada domingo, uma proposta de oração eucarística, cantos próprios e adequados para cada parte da missa e duas colunas, uma reflete sobre o evangelho do dia e a outra sobre temas relacionados à vida da Igreja.
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