FORTE APELO À CONVERSÃO
Jesus é interrogado sobre sua posição a respeito de dois acontecimentos trágicos: a morte de galileus executada por Pilatos e a queda da torre de Siloé. Jesus contesta a teologia da retribuição – segundo a qual, para cada pecado, há proporcional castigo – e nega que quem sofre desgraças seja sempre culpável. Deus não é vingativo. A morte dessas pessoas não é consequência de seus pecados, mas pode ser um apelo à conversão. Mais do que isso, é denúncia contra um governo opressivo, que mata direta ou indiretamente. Não deixa de ser também uma crítica à manipulação da religião e da política em nome de Deus.
Também na atualidade constatamos a morte de muitas pessoas provocada pelo negacionismo e pela falta de empatia dos dirigentes. Nos últimos anos, vivenciamos essa trágica realidade. Para superá-la, faz-se necessária a conversão, a mudança de vida e de mentalidade – das nossas autoridades e da sociedade.
Para reforçar o apelo à conversão do povo judeu daquele tempo, Jesus conta a parábola da figueira estéril. Para os profetas, a figueira infértil era figura da infidelidade do povo de Deus. Apesar de não apresentar frutos, a figueira recebe mais uma chance (um ano). Deus tem paciência e insiste, mas é necessário mudar, antes que seja tarde. O ensinamento de Jesus não é dirigido somente ao povo do seu tempo, mas aplica-se também a nós hoje.
Há necessidade de mudanças em nossa vida pessoal, na sociedade e na Igreja. Mudanças profundas, que não fiquem apenas na superficialidade. O objetivo é a edificação do Reino de Deus. Ainda estamos bem distantes de alcançar a proposta de Jesus.
Como percebemos, a liturgia deste domingo nos traz forte chamamento à conversão – que é também o apelo do tempo da Quaresma. Conversão quer dizer mudança de direção, de mentalidade e de ação. O tempo presente nos deixa sinais que apontam para a necessidade de sairmos de nossa intolerância e arrogância. O Evangelho que ouvimos nos alerta: todos somos pecadores e necessitados de conversão.
Pe. Nilo Luza, ssp
É um periódico que tem a missão de colaborar na animação das comunidades cristãs em seus momentos de celebração eucarística. Ele é composto pelas leituras litúrgicas de cada domingo, uma proposta de oração eucarística, cantos próprios e adequados para cada parte da missa e duas colunas, uma reflete sobre o evangelho do dia e a outra sobre temas relacionados à vida da Igreja.
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