9 de setembro: 23º Domingo do Tempo Comum | Paulus Editora

O Domingo
9 de setembro: 23º Domingo do Tempo Comum

“ABRE-TE!”

O episódio do surdo que falava com dificuldade mostra mais que simplesmente Jesus realizando uma cura. Revela, simbolicamente, o que significa tornar-se discípulo de Jesus: superar o fechamento em si mesmo e deixar-se tocar pelo Mestre, para abrir-se a Deus e à sua Palavra.

Jesus retira aquele homem surdo da multidão. Toca-o com saliva, que era considerada contagiosa. Para abrir-se a Deus, é necessário um espaço e um tempo pessoal, longe da multidão, a fim de estar a sós com ele e deixar-se tocar. Um encontro pessoal, que é encontro transformador, para que nossos ouvidos se abram, nossas atitudes de fechamento se contagiem com o modo de ser e agir de Jesus e assim se transformem em atitudes de diálogo, de partilha e de comunicação da vida.

A atitude fundamental que Jesus exige do discípulo está na expressão aramaica “Efatá!”, que significa “Abre-te!” É essencial para os discípulos abrir-se à Palavra de Jesus. Só assim poderão ser transformados por ela, e só assim poderão transmitir ao mundo a novidade que Jesus vem realizar.

Diz o ditado que “pior surdo é aquele que não quer ouvir”. Quando alguém se fecha no próprio egoísmo, acaba tapando os ouvidos para Deus. E, se transmite algo ao mundo, é apenas segundo seu modo de julgar e agir, por vezes distante e contrário ao projeto de Deus. Nesse caso, as palavras de Jesus a seus discípulos serviriam também para nós: “Vocês têm olhos e não veem, têm ouvidos e não ouvem?” (Mc 8,18).

Como o Pai havia criado tudo e visto que era bom, Jesus recria a humanidade, fazendo bem todas as coisas que o Pai o encarregou de fazer. Ele continua a nos tocar, com uma voz diferente da voz da multidão. Como se continuasse a dizer a cada um de nós: “Abra-se à minha Palavra e ao meu modo de ser”. Sua voz liberta e nos torna sujeitos, para que também nós tenhamos voz e sejamos comunicadores da Boa-Nova que ele vem revelar.

Afinal, como o encontro com Jesus tem mudado nosso modo de ver e ouvir, como tem nos transformado em testemunhas e sujeitos da nova criação que ele vem realizar?

Pe. Paulo Bazaglia, ssp


O Domingo

É um periódico que tem a missão de colaborar na animação das comunidades cristãs em seus momentos de celebração eucarística. Ele é composto pelas leituras litúrgicas de cada domingo, uma proposta de oração eucarística, cantos próprios e adequados para cada parte da missa e duas colunas, uma reflete sobre o evangelho do dia e a outra sobre temas relacionados à vida da Igreja.

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