O TESOURO DA SOLIDARIEDADE
A parábola contada por Jesus quer ilustrar a advertência que ele acabara de fazer contra todo tipo de ganância, pois a vida de ninguém é garantida pelos bens materiais.
De fato, o único bem que possuímos de verdade, e que vem de Deus, é a própria vida. Nossa existência, aliás, é um presente de Deus. E sobre esse dom ele nos pedirá contas, já que deseja tornar plena na eternidade a vida que vivemos aqui.
Recordar que a morte é o fim de nossa jornada terrena nos leva a pensar nas coisas pelas quais vivemos lutando. O que apresentaremos a Deus, de nossas andanças e trabalhos neste mundo, quando estivermos com ele face a face? O que ele poderá resgatar de nossa vida, pouco que seja, para completar com sua graça? Como devolveremos a Deus a vida que recebemos? Cultivada e frutificada com a solidariedade, a fraternidade, a partilha, a misericórdia, o amor? Ou desperdiçada no egoísmo, na gananciosa e ilusória busca de riquezas e bens?
Jesus convida a acumular tesouros para Deus. E só é rico para Deus quem vive concretamente a solidariedade. Solidariedade é muito mais que realizar algumas ações isoladas de generosidade, mas criar uma mentalidade renovada, de abertura ao outro, ao que mais sofre. Pois viver indiferente à miséria alheia, no egoísmo e na ilusão de querer somente acumular riquezas, considerando-as o essencial, é desperdiçar o tempo que temos para dar sentido à vida, nosso único bem verdadeiro.
A janela e o espelho ajudam a entender a força corruptível do dinheiro sobre as pessoas. O dinheiro é como a fina camada de prata que é aplicada no vidro para transformar uma janela em espelho: impede de ver o que está fora e faz enxergar apenas a si mesmo.
Na lógica do Evangelho, rica é a pessoa generosa, que, com altruísmo, ajunta tesouros para Deus. Pobre mesmo é quem só tem dinheiro e está fechado à solidariedade e à fraternidade verdadeira.
Pe. Paulo Bazaglia, ssp
É um periódico que tem a missão de colaborar na animação das comunidades cristãs em seus momentos de celebração eucarística. Ele é composto pelas leituras litúrgicas de cada domingo, uma proposta de oração eucarística, cantos próprios e adequados para cada parte da missa e duas colunas, uma reflete sobre o evangelho do dia e a outra sobre temas relacionados à vida da Igreja.
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