O Domingo
31 de agosto – 22º DOMINGO DO TEMPO COMUM

O LUGAR DO DISCÍPULO

A ostentação é tentação que persegue a humanidade. Basta um pouco de conhe­cimento de História Geral para notar como os impérios antigos – por exemplo, o roma­no, o egípcio e o chinês, para citar apenas três dos mais poderosos – ostentavam o poder por meio de seus suntuosos monu­mentos e sangrentos exércitos. Some-se a isso a opulência no modo de vida, como no vestir-se e banquetear-se. Os impérios contemporâneos certamente ampliaram os aparatos e as fanfarrices, deixando mi­galhas às multidões à beira do caminho.

Jesus aponta o risco da ostentação também no nível pessoal e comunitário. O estilo de vida que ele veio implantar em nada combina com o exibicionismo. Por isso, aproveita a ocasião de uma re­feição na casa de um fariseu (Lc 14,1.7-14) para chamar a atenção sobre algo funda­mental para a comunidade: a humildade e a generosidade.

Geralmente, nos encontros entre Je­sus e os fariseus, havia confrontos. A men­talidade do fariseu estava focada na exte­rioridade e no cumprimento da regra pela regra, na formalidade fria e sem sentido existencial. Na verdade, eles levavam uma vida de fachada. Jesus, ao contrário, quer tocar a vida, interessa-lhe mais o interior, a autenticidade, a existência com sentido.

Em tempos de mídias e redes sociais digitais, o risco da ostentação está à dis­tância de um clique. Há quem se subme­ta a exageros e até divulgue conteúdos suspeitos ou constrangedores no afã do tal engajamento e da obtenção do maior número de seguidores. Para o discípulo de Jesus, o uso de todo e qualquer meio de comunicação é para fazer o bem, anunciar o Evangelho, e não anunciar a si mesmo. Seria ridículo e contraditório para um batizado entrar na onda ou no modismo vazio apenas para ostentar ser “missionário digital”.

O critério para o seguimento de Je­sus é deixar o primeiro lugar aos pobres, aos aleijados, aos coxos e aos cegos. Es­sas são as categorias dos corpos mais feridos e humilhados, aos quais Jesus dedicou atenção especial. A única osten­tação a que nosso Senhor se submeteu foi a cruz. Ali ele se derramou de amor por nós. Nossa missão é a mesma.

Pe. Antonio Iraildo Alves de Brito, ssp


O Domingo

É um periódico que tem a missão de colaborar na animação das comunidades cristãs em seus momentos de celebração eucarística. Ele é composto pelas leituras litúrgicas de cada domingo, uma proposta de oração eucarística, cantos próprios e adequados para cada parte da missa e duas colunas, uma reflete sobre o evangelho do dia e a outra sobre temas relacionados à vida da Igreja.

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