30 de março: 4º Domingo da Quaresma | Paulus Editora

O Domingo
30 de março: 4º Domingo da Quaresma

CRISTO, LUZ DA HUMANIDADE

Como a água, a luz tem um significado forte na liturgia. Luz é sinal de vida, de alegria, ela dissipa as trevas da noite, é símbolo da própria presença de Cristo. O relato do evangelho de hoje tem também forte conotação batismal: o gesto de Jesus de fazer lama com a saliva e colocá-la nos olhos do cego lembra a criação do homem do barro e a unção com o óleo, e o lavar-se na piscina simboliza a água com a qual sebatiza. O relato não deve ser tomado como “milagre”, mas é um “sinal” – como o próprio evangelista o define – que faz um apelo à fé em Cristo e aponta para as exigências do reino de Deus.

Neste relato, temos dupla progressão: a do cego, que passa das trevas à luz, e a das autoridades, que se deixam envolver cada vez mais pelas trevas. A iluminação do cego é progressiva: para ele Jesus é um homem (v. 11), é um profeta (v. 17), procede de Deus (v. 33) e é Senhor (v. 38). Em contrapartida, a cegueira progressiva das autoridades, que resistem a compreender e não querem ver: estão divididas, mostram-se cheias de certezas, recorrem ao insulto e, por fim, à expulsão.

O texto descreve o caminho interior que toda pessoa pode trilhar até encontrar-se com Jesus, luz do mundo, e – após ser iluminada por ele – se comprometer com seu projeto. O caminho se iniciou com a cura física; depois, aos poucos, o “cego curado” vai aderindo a Jesus.

Diz o ditado que “o pior cego é aquele que não quer ver”: este, nem um milagre consegue transformar. Curar o cego foi relativamente fácil para Jesus; o mais difícil é curar as autoridades que dizem ver bem, mas continuam obstinadas na sua cegueira e hipocrisia. Difícil é mudar a visão daqueles que têm solução para todos os problemas, que privilegiam o “código” em detrimento da vida, que detêm o monopólio da verdade, que utilizam seu saber para manipular e seu poder para desprezar sempre mais os grupos discriminados.

Pe. Nilo Luza, ssp


O Domingo

É um periódico que tem a missão de colaborar na animação das comunidades cristãs em seus momentos de celebração eucarística. Ele é composto pelas leituras litúrgicas de cada domingo, uma proposta de oração eucarística, cantos próprios e adequados para cada parte da missa e duas colunas, uma reflete sobre o evangelho do dia e a outra sobre temas relacionados à vida da Igreja.

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