OS CAMINHOS DA FELICIDADE
As propostas de Jesus nas bem-aventuranças ainda são válidas para a humanidade de hoje? Não é fácil entender as bem-aventuranças vivendo numa sociedade onde se valoriza sobretudo o bem-estar pessoal, a busca de riqueza e poder para se sentir importante, famoso, e se impor sobre os outros.
A chave de leitura nos foi apresentada pelo próprio Jesus: ele foi pobre, não tinha nem lugar para reclinar a cabeça, e ensinou a partilha; afligiu-se com os infortúnios alheios e empenhou-se por um mundo de irmãos; foi manso ao acolher pobres e doentes, reconhecendo a dignidade do ser humano; teve fome e sede de justiça, pôs-se ao lado das pessoas injustiçadas; teve misericórdia com os desprezados pela sociedade, assumindo a dor e o sofrimento dos outros; viveu a pureza de coração, vendo na pessoa a imagem de Deus e lutando pelo respeito de todos; foi promotor da paz, não a do silêncio, do cemitério, mas a paz fruto da justiça; foi perseguido por lutar pela justiça, pela dignidade humana e pelo bem-estar dos pobres.
As bem-aventuranças constituem uma proposta de vida para todo cristão, não apenas para algumas pessoas “mais religiosas”. É a carta magna de autenticidade para cada seguidor de Jesus.
Esse anúncio não pode ser visto como uma forma de subjugar os pobres e acomodar os injustiçados e sofredores. Não é uma chamada à acomodação; ao contrário, como o próprio Jesus nos ensinou com sua prática, visa contestar uma sociedade injusta que concentra riqueza e poder e favorece os poderosos e ricos em detrimento dos empobrecidos.
A sociedade moderna vincula felicidade a riqueza, poder, prestígio. A concentração desses “valores” nas mãos de poucos provoca miséria e morte para muitos. Isso é totalmente contrário à proposta de Jesus, que pregava a partilha e a solidariedade. Com as bem-aventuranças, Jesus não quer, de forma alguma, exaltar a pobreza, a submissão e o sofrimento. Nascemos para viver com a dignidade de filhos e filhas de Deus.
Pe. Nilo Luza, ssp
É um periódico que tem a missão de colaborar na animação das comunidades cristãs em seus momentos de celebração eucarística. Ele é composto pelas leituras litúrgicas de cada domingo, uma proposta de oração eucarística, cantos próprios e adequados para cada parte da missa e duas colunas, uma reflete sobre o evangelho do dia e a outra sobre temas relacionados à vida da Igreja.
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