28 de outubro: 30º Domingo do Tempo Comum | Paulus Editora

O Domingo
28 de outubro: 30º Domingo do Tempo Comum

DISCÍPULO VERDADEIRO

No Evangelho segundo Marcos, o cego Bartimeu é a figura do verdadeiro discípulo de Jesus. Mesmo sem enxergar, pela fé ele consegue ver aquilo que os outros não viam: Jesus é o Filho de Davi, anunciado e aguardado pelo povo para que se cumprissem as profecias: “Verão a glória do Senhor e se abrirão os olhos dos cegos” (Is 35,5; cf. 42,7.18). Condenado como pecador (naquele tempo sua cegueira era considerada castigo por algum pecado) e reprimido pelos que estavam com Jesus, Bartimeu não se deixa calar e grita mais forte.

É o grito que Jesus ouve. Bartimeu abandona o manto. É tudo o que ele tem para pedir esmolas e sobreviver. Levanta-se imediatamente. A iniciativa da fé, o encontro com Jesus, faz que ele recobre a visão, e então passa a seguir o Mestre.

Colocando-nos no lugar dos discípulos e da multidão que estava com Jesus, somos convidados a dar atenção aos que sofrem a doença, o preconceito e a exclusão, nas beiras das estradas e nas periferias das cidades e do mundo, a fim de levar-lhes a ação solidária que encoraja e a palavra que anima.

Colocando-nos no lugar de Bartimeu, que deixa tudo o que tem, reconhecemos quão importante é tomar consciência de que uma cegueira em nós, não física, impede-nos de lutar com fé por um projeto de vida e nos deixa como que prostrados, resignados com o que aí está. Quem sabe nos acomodamos seguindo o caminho contrário ao de Bartimeu: o caminho do homem rico que não conseguiu abandonar as riquezas para seguir Jesus (cf. Mc 10,22), ou o caminho dos discípulos que pedem poder e prestígio diante da mesma pergunta do Mestre (“O que vocês querem que eu faça por vocês?”, Mc 10,36).

A cegueira que Bartimeu superou fala de uma cegueira simbólica. Cegueira muito mais séria, que significa não ter fé em Jesus e não compreender seu projeto. O homem rico vai embora triste e os discípulos abandonam Jesus no Getsêmani. Mas um pobre que recuperou a visão o segue, ensinando-nos que, com Jesus, uma vida pode ser sempre transformada, pode sempre ganhar novo rumo e sentido.    

 Pe. Paulo Bazaglia, ssp


O Domingo

É um periódico que tem a missão de colaborar na animação das comunidades cristãs em seus momentos de celebração eucarística. Ele é composto pelas leituras litúrgicas de cada domingo, uma proposta de oração eucarística, cantos próprios e adequados para cada parte da missa e duas colunas, uma reflete sobre o evangelho do dia e a outra sobre temas relacionados à vida da Igreja.

Assinar