NÃO TER MEDO DE QUÊ?
O Evangelho deste domingo pertence ao discurso de Jesus sobre a missão da comunidade cristã. São palavras dirigidas aos discípulos e discípulas que assumem a missão no seguimento de Jesus. O Mestre os exorta três vezes a “não ter medo” e identifica o que não devem temer. É muito provável que o medo fosse o grande problema da comunidade de Mateus. Assim, ela corria o risco de se fechar em si mesma, com medo dos chefes da sinagoga e do Império Romano, medo da prisão e dos conflitos com a própria família.
Nós também temos medo: do desemprego, da injustiça – que joga milhões na miséria e na fome –, do fracasso, de conflitos familiares, de perseguições, da violência… Esses medos acompanham a história da humanidade. O Evangelho nos convida, na verdade, a não ter medo de viver o projeto de Jesus – que exige justiça e compromisso com os mais pobres. Convida-nos a proclamar a Palavra de Deus “sobre os telhados” e com os meios mais eficazes, para que todos a escutem e a vivam.
A missão de Jesus é a nossa missão, e o preço de sua missão é também o preço que nos cabe pagar. Isso significa que viver e proclamar o Evangelho pode nos trazer consequências sérias, como se deu com o Mestre de Nazaré. Em contrapartida, o Espírito que recebemos no batismo é suporte para afastar nossos medos e nos ajuda a testemunhar, com coragem, a novidade do Evangelho de Jesus.
A proclamação e a vivência de nossa opção pelo Evangelho frequentemente geram críticas. Podemos sofrer incompreensões ou até perseguição e morte quando nos empenhamos realmente na construção do Reinado proposto por Jesus, combatendo as injustiças, a miséria e a arrogância.
Jesus encoraja seus seguidores a não ter medo, pois ele tem o controle da nossa vida e do nosso destino. O Pai não se esquece de nenhum de seus filhos e filhas. Ele está sempre do lado do ser humano, que ocupa lugar de destaque entre os seres criados pela bondade divina.
Pe. Nilo Luza, ssp
É um periódico que tem a missão de colaborar na animação das comunidades cristãs em seus momentos de celebração eucarística. Ele é composto pelas leituras litúrgicas de cada domingo, uma proposta de oração eucarística, cantos próprios e adequados para cada parte da missa e duas colunas, uma reflete sobre o evangelho do dia e a outra sobre temas relacionados à vida da Igreja.
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